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Moradores reclamam de obra inacabada do Dmae na esquina das ruas Botafogo e Gonçalves Dias

Resquícios do trabalho para colocação de nova rede de água atrapalham pedestres e geram transtornos para comerciantes no bairro Menino Deus

23/09/2022 - 09h05min

Atualizada em: 23/09/2022 - 09h06min


Carlos Redel
Carlos Redel
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Há cerca de um mês, a esquina das ruas Botafogo e Gonçalves Dias, no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, apresenta resquícios de uma obra inacabada que vem gerando transtorno para os moradores, comerciantes e pedestres. O monte de terra, fruto de uma escavação, foi deixado ali, cercado por cavaletes do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) e fitas, após a colocação de uma nova rede de água que prometia melhorar o abastecimento na região. 

Como forma de protesto, moradores revoltados com a situação colocaram uma placa em um dos cavaletes do Dmae, em frente à pilha de terra, com a mensagem: "Isso é uma vergonha. Mais uma obra inacabada. Depois, querem pedir votos". 

Segundo os residentes do entorno, enquanto nos demais pontos que estiveram em obras, na extensão de dois quarteirões, o trabalho foi finalizado — apesar do desnível em algumas calçadas —, o encontro da Botafogo com a Gonçalves Dias foi esquecido. A terra e o cascalho acumulados ficam bem em cima de uma faixa de segurança, o que atrapalha a travessia dos pedestres, além de estar ao lado de uma boca de lobo, impedindo que a água da chuva escoe e gerando poças. 

— É bem desconfortável para nós. Ficamos sem escoamento e vira esse esgoto. Já tinham levado o material, parecia que estava terminando, mas abriram de novo o buraco e foram embora. Nunca mais apareceram. Os carros dos clientes nem estacionam aqui na frente porque fica a água empoçada — relata Arthur Gonçalves, sócio-proprietário da academia Superforce Crossfit Menino Deus. 

De acordo com ele, as calçadas que receberam a nova tubulação foram arrumadas, mas as lajes acabaram sendo colocadas desniveladas, o que prejudica os alunos de seu empreendimento, pois eles correm no local. Além disso, ele relata que a pressão da água não mudou depois da intervenção da prefeitura

— Investimos em dois banheiros que não conseguimos usar porque a água não chega. 

Já para Elizandro Vinceski, proprietário do Supermercado Tradicional, a água até está mais forte, mas as obras não acabadas estão atrapalhando o dia a dia do bairro. 

— Fica todo mundo insatisfeito. Deve ter um propósito para aquilo estar assim, mas nunca mais voltaram para ver. Não sei o porquê. É chato, fica feio — destaca o empresário. 

Síndico do Edifício Mirela, que fica na Botafogo, Manoel Belleza Neto também reclama do transtorno e diz não compreender o motivo de aquele ponto da obra ter ficado por último e, então, não ter sido finalizado. De acordo com ele, a terra atrapalha o fluxo do trânsito e, com a ajuda do vento e das chuvas, espalha sujeira pela região. 

— É horrível para todo mundo isso — lamenta. 

E os problemas ainda vão além. Segundo o administrador Gilson Plucani, que mora na Gonçalves Dias e passeava com o seu cachorro pela calçada, o resto de obra também é uma questão de segurança, uma vez que presenciou um carro se chocando com o entulho presente na esquina.  

— Nunca mais apareceram, e não se sabe o porquê. Os outros pontos foram arrumados e esse aqui não. É um descaso da prefeitura, que sequer atende os telefonemas. Além de perigoso, fica feio — compartilha. 

O que diz o Dmae 

Em nota, o órgão da prefeitura destacou que realizou a substituição de redes de água no entorno da Rua Botafogo no final de agosto e, na esquina com a Gonçalves Dias, houve "entroncamento de rede nova na existente". Entretanto, após a junção, as equipes do Dmae depararam com um vazamento de rede de esgoto.  

A nota destaca que o vazamento poderia ser oriundo da obra emergencial que o Dmae estava executando no emissário da Avenida Loureiro da Silva. Porém, após a finalização do conserto emergencial, a rede seguiu vazando. 

Agora, destaca o departamento, técnicos estão realizando a sondagem e a videoinspeção das redes de esgoto da região para descobrir a origem do vazamento. A nota ainda informa que também está sendo utilizada a tecnologia geofone durante a noite, para melhor audição das redes. Assim, após o conserto, será feita a repavimentação. 


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