Além de escrever aqui no Diário Gaúcho, sou publicitária desde sempre. Depois de um ano trabalhando como freelancer (o famoso por conta própria), peguei gosto. É mais liberdade e menos escravidão. Nada é certo. Preciso correr atrás dos trabalhos, mas eles também correm atrás de mim. Aprendi a curtir o tempo livre das entressafras (como carinhosamente chamo a falta momentânea de trabalho). Não importa o que aconteça, a minha competência não se abala. O saldo bancário, sim.

Que beleza ter a flexibilidade de trabalhar onde, como e com quem eu quiser. Me reaproximei de antigos amigos e estou conhecendo muita gente nova (e especial). Conquistar quem não te conhece é gratificante. Mas a melhor parte é poder dizer não: não posso, não quero, não me interesso, não tô a fim (ou inventa algo). O lado estranho é não contar mais os dias para as férias. É quando eu decidir, sabe assim? Um intervalinho qualquer vira descanso. No meio da semana, pegar a estrada.

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Disposição

Agora que tenho tempo livre e disposição (o estresse acaba com ela), pensei em experimentar outras profissões. As de futuro, que ainda não foram inventadas (me chama quando inventar uma). E aquelas esquisitas e super desejadas por qualquer mortal, como ser testadora de colchão e travesseiro. Imagina alguém te pagar pra deitar, dormir e roncar. Passar todo o horário comercial abraçando diferentes travesseiros e identificar os mais macios afundando as bochechas em cada um. 

Abraçadora de urso panda é outra profissão que gera suspiros. Dei um Google e descobri que os pandas se entediam fácil (eu também). Talvez ser escritora de mensagens de biscoito da sorte. Mas eu já vivo escrevendo. Espantadora de pombos? Cheiradora de axilas? Provadora de ração animal? Nem pensar. Eu poderia ser uma grande avaliadora de batatas fritas, em busca da perfeição em crocância e sabor. Tenho muita experiência no assunto. Ah, deixa pra lá. Tô aberta às surpresas da vida.