Coluna da Maga
Magali Moraes e os pequenos prazeres
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
O que seria da gente sem eles? O nome já diz: pequenos, pequeníssimos, minúsculos até. Se fossem gigantes, esperaríamos demais. Um pequeno prazer acontece de repente. Parece insignificante. Aquela torradinha deliciosa no meio da tarde, feita quando bate a fome. O queijo derretido, o pão crocante. Dá um quentinho na alma. Mas tem que prestar atenção pra perceber esses pequenos prazeres. Alguns se disfarçam de banalidades. Qual foi a última vez que você se deu um momento assim?
Pequenos prazeres podem significar grandes mimos e imensos cuidados consigo mesma. Uma pausa pra respirar e fazer um café. Ser lembrada por uma amiga. Tomar um banho demorado depois de um dia de cão. Ir pra cama mais cedo e deixar alguma tarefa chata pra amanhã. Qualquer coisa que nos faça sorrir por dentro tá valendo. Um pequeno prazer que eu adoro é chegar na janela bem na hora do pôr do sol. E ficar ali, embasbacada, assistindo ao céu mudar de cor. Quanta lindeza!
Expectativas
Acho que a gente complica muito as coisas. Idealiza, se cobra demais, coloca as expectativas lá em cima, como se isso garantisse satisfação. Fica a Terra Prometida. Felicidade é tão mais simples, é uma soma de momentinhos de aconchego. Uma colcha de retalhos que o tempo tece com carinho. Descobrir o que te alegra já ajuda. Chegar da rua e vestir um camisetão velho, aquele preferido que já caminha sozinho até você, e se sentir abraçada? Taí um pequeno prazer possível, corre pro abraço.
Sem regras, sem pressa, sem maiores intenções. Quais são e onde estão os seus pequenos prazeres? Nem adianta botar no Waze. Deixa o coração te guiar nessa busca. Pega uma lupa pra ver, pode ser algo mínimo. Só não dedique os sábados e domingos pra viver momentos especiais (ou vai desperdiçar semanas inteiras). É segunda-feira, nunca se espera muito dela. Imagina justo hoje inventar um pequeno prazer. Quem sabe, surpreender alguém. Gentilezas também são super prazerosas.