Coluna da Maga
Magali Moraes: o menino pombo
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Eu nunca tinha ouvido falar no Richarlison antes daqueles dois gols do jogo de estreia do Brasil na Copa. Meu interesse por futebol acontece de quatro em quatro anos, e olhe lá. O fato é que bastou o primeiro gol dele pra eu prestar atenção na TV ligada. No segundo, gamei. Descobri que o guri é melhor ainda fora de campo: se posiciona politicamente, valoriza a ciência, se dedica a causas sociais, doou cilindros de oxigênio na pandemia e usa parte do salário pra ajudar pacientes em tratamento de câncer.
Tem outro menino roubando a cena, o streamer Casimiro, que já era famoso por seus vídeos de reação, e acumula títulos de personalidade do ano no mundo dos games. Cazé conseguiu o feito de ser o primeiro a transmitir uma Copa do Mundo com exclusividade em seu canal online. Aliás, no mesmo jogo do Brasil, ele bateu o recorde com a live mais assistida na história do YouTube. Mas o assunto hoje é o menino pombo. Ou melhor, o bem que Richarlison está fazendo até pra esses animais.
Rato
Você não achou que eu ia comentar sobre futebol, né? Mas me sinto super à vontade pra falar (mal) de pombos e pombas. Bichos nojentos! Dizem que pombo é um rato que voa, e acredito. Suas visitas, especialmente no parapeito da janela, costumam deixar lembrancinhas desagradáveis pra limpar. Se no passado pombos-correio tinham alguma utilidade, os de agora só causam sujeira. Revoadas de pombos são bonitas em fotos e cartões-postais. A exceção é a pomba branca, símbolo da paz.
Por causa do Richarlison, será que vamos mudar de ideia em relação aos pombos verdadeiros? Fui pesquisar o motivo do apelido e vi a dancinha imitando pombo pra comemorar gol. Pru pru. Se ele continuar dando alegrias ao Brasil, logo vai ter criança pedindo pombo de estimação. Uma marca de moda criou uma bolsa caríssima em formato de pombo. Tem gosto e dinheiro pra tudo. Eu sigo mantendo distância dos voadores. E só esperando pra ver o menino pombo voar de novo.