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Coluna da Maga

Magali Moraes: velas pra encantar

Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

25/11/2022 - 09h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Tava aqui pensando em como mudou o papel das velas de uns tempos pra cá. Melhorou muito, aliás. Talvez você ainda nem tivesse nascido, mas havia uma expressão popular que liquidava com elas: segurar vela. Era como se chamava alguém que colava num casal de namorados pra não deixar eles sozinhos. Segurava uma vela imaginária pra ter alguma função no contexto, sabe assim? Resumindo, era um mala (irmão menor, amiga, tia) arrastado junto e contra a vontade, só pra cortar a vibe.

Agora cortar a luz segue acontecendo. E o lado prático da vela não emociona. Será usada na força do ódio. Acender vela quando falta luz _ e quando se acha a maldita _ também é utilitário. Estamos mais preocupados em reclamar com o fornecedor de energia do que curtir o momento. Já acender vela pro santo é pedir favor ou agradecer a graça alcançada (sempre é bom manter o crédito com o pessoal lá de cima). Ter fé é confiar que existe uma luz no fim do túnel, e acreditar em dias melhores.

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Castiçais

Vamos lembrar o lado delicioso das velas? Se os castiçais de antigamente eram pomposos demais, hoje em dia qualquer velinha acesa é acolhedora. Taí um elemento versátil na decoração. Dentro e fora de casa. Grandes e pequenas, sozinhas e aos pares. Nos castelos do passado, as velas abriam caminhos impessoais na escuridão. Agora criam trilhas charmosas em jardins (até penduradas em árvores) e arrancam suspiros. Nos relacionamentos, uma vela acesa desperta segundas intenções.

Velas perfumadas acalmam, velas presenteadas são sempre bem-vindas. Raramente ganho. No final do verão passado, viajei e me dei de presente velas artesanais em tamanhos variados pra decorar a casa nova. Se bem lembro, são lindas. Certo que já cansaram de estarem guardadas na caixa. A casa tá quase pronta, mas com pouquíssimos móveis. Não vou ter onde colocar minhas velas. Serão inauguradas mesmo assim, iluminando e encantando. Se faltar luz, que brilhem as estrelas lá fora.



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