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Michele Pradella: "É quase Natal, e o que você não fez?"

Todas as quartas-feiras, jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano

23/11/2022 - 11h28min

Atualizada em: 23/11/2022 - 11h29min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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Agência RBS / Agência RBS
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Chegou aquela época do ano em que não há como ficar imune ao clima que toma conta das vitrines, decorações de shoppings, programação de TV e supermercados. Os panetones estão em destaque nas prateleiras.

Ao passar por um Papai Noel sentadinho em sua poltrona, rodeado por crianças inquietas, certamente você pensou: “Nossa, é quase Natal!”. E, dessa constatação, começa uma crise existencial típica dos finais de ano. No alto-falante das lojas, a cantora Simone pergunta: “Então é Natal, e o que você fez?”. Mais do que uma canção tradicional dessa época, parece uma cobrança, como se tivéssemos a obrigação de ter realizado grandes feitos nos mais de 300 dias que ficaram para trás. Calma, respira e vem comigo.

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Outra perspectiva

Que tal, ao invés de pensar nas promessas não cumpridas, começarmos a nos parabenizar pelas coisas realizadas em 2022? Afinal, foi o ano mais “normal” desde o início da pandemia. Então, voltemos ao exercício que Simone propõe na tal música: o que você fez ou voltou a fazer neste ano? Eu começo.

Nos últimos meses, segui à risca a rotina de exercícios físicos e voltei a estudar inglês. Tudo online, sem risco de ter preguiça de sair de casa ou usar a chuva como desculpa. Revi e abracei amigos que não encontrava havia pelo menos dois anos. Risadas, conversas e desabafos foram o melhor combustível para seguir em frente.

Aproveitei ao máximo cada momento em família. Olhei nos olhos das pessoas mais queridas e disse o quanto as amava. A pandemia me ensinou que a vida é um sopro, nunca se sabe quando será o último abraço. Então, abracei, beijei, toquei, sorri e chorei com aqueles que fizeram tanta falta durante o isolamento.

Finalizo te perguntando, mas sem cobrança: é quase Natal, e o que você fez? Responda a si mesmo e valorize os preenchimentos, não as lacunas.



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