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Michele Vaz Pradella: "Os ídolos nunca morrem"

Todas as quartas-feiras, jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano

30/11/2022 - 09h00min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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Agência RBS / Agência RBS
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As últimas semanas de 2022 têm sido de despedidas. No início de novembro, perdemos Gal Costa, uma das maiores vozes da MPB. Na semana passada, o adeus a Erasmo Carlos deixou mais uma lacuna importante na cultura brasileira. Como lidar com a morte dos grandes ídolos?

Cresci ouvindo hits da Jovem Guarda, a maioria deles entoados pela dupla inseparável Roberto e Erasmo. O Rei e o Tremendão embalaram minhas primeiras sonecas de bebê, animaram minha infância e, confesso, me incomodaram na adolescência. Passada a fase “rebelde sem causa que odeia tudo”, passei a compreender a genialidade daqueles caras que revolucionaram a música brasileira. 

Bem antes da versão modernizada feita pelo Jota Quest, Além do Horizonte já era uma das minhas canções preferidas, pois a conheci na voz de Roberto Carlos, uma baladinha cheia de significado, daquelas de se cantar junto, com os olhos fechados e o coração arrebatado. Das mais de 600 músicas de Erasmo e Roberto, não é exagero dizer que dezenas delas fazem parte da minha história.

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No início da pré-adolescência, eu costumava cantar no chuveiro a bela canção Dia de Domingo, que conheci através do dueto de Gal Costa e Tim Maia. No auge da moda do videokê, essa era uma das músicas que eu mais entoava à exaustão. Na voz de Gal, meus ouvidos se deleitavam ainda com Chuva de Prata e Sua Estupidez (esta, mais uma parceria deles, Roberto e Erasmo). Entre as minhas favoritas, estava ainda Força Estranha, mas esta eu nunca tive coragem – nem alcance vocal – para cantar. Deixava Gal performar sozinha, enquanto eu ouvia embevecida cada nota alcançada.

A partida de grandes artistas é sempre dolorosa. Faz pensar sobre a finitude, sobre a iminência de outras ausências, afinal, é a ordem natural da vida. Por outro lado, tenho a certeza de que Gal, Erasmo, Elis, Tim Maia, Raul, Belchior, entre tantos outros, nunca morrem. Seguem embalando nossas melhores lembranças, conquistando fãs de todas as gerações, perpetuando-se na arte que deixaram. Grandes ídolos são eternos.



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