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Relatórios da Fepam

Balneários do RS têm as águas mais limpas dos últimos cinco anos

Número de pontos impróprios para banho caiu pela metade no Estado desde 2018

27/12/2022 - 08h52min

Atualizada em: 27/12/2022 - 08h52min


Isabella Sander
Isabella Sander
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André Ávila / Agencia RBS
Em todo o período, não houve registro de insalubridade em praias de mar – apenas em balneários de água doce

O Rio Grande do Sul inicia a temporada de verão de 2022-2023 com as águas mais limpas registradas em suas praias e balneários pelo menos nos últimos cinco anos. Em análise do primeiro relatório de balneabilidade divulgado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) no veraneio de cada ano, o número de pontos impróprios para banho caiu pela metade no período – dos 90 locais com medição, 10 registraram excesso das bactérias monitoradas em 2018, número que caiu para cinco em 2022.

Nos últimos cinco anos, o veraneio que iniciou com as águas mais sujas foi o de 2020-2021, quando 13 dos 90 pontos analisados estavam impróprios para banho. Desde então, a incidência caiu. Em todo o período, não houve registro de insalubridade em praias de mar – apenas em balneários de água doce.

O fator determinante para a balneabilidade da água é o saneamento básico. Segundo o presidente da Fepam, Renato Chagas, os municípios têm investido na qualificação de seus sistemas de tratamento de esgoto nos últimos anos, o que tem proporcionado águas mais limpas.

— O aumento do uso do solo no entorno dos balneários precisa ser acompanhado de investimento em saneamento básico, porque, se não vier, teremos problemas. Aqui no Rio Grande do Sul, nas áreas que a população usa como balneários, esse trabalho vem acontecendo de forma paralela e, por isso, não temos tido piora nas condições da água — afirma Chagas.

Com a atualização do marco legal do saneamento básico, em 2020, a expectativa do presidente da Fepam é de que municípios de todo o Estado dediquem mais verba para a qualificação de seus sistemas de tratamento de esgoto, o que deve permitir uma melhora ainda maior no desempenho nos relatórios de balneabilidade, que já é considerado bom:

— Nós, gaúchos, estamos com boas condições em nossas praias e balneários. Só não dá para baixar a guarda: é preciso seguir melhorando o saneamento.

Pelotas é o município com mais pontos impróprios para banho

No período analisado, o município com mais pontos impróprios para banho foi Pelotas – no primeiro relatório da temporada de 2020-2021, a cidade da zona sul do Estado chegou a ter sete de suas oito áreas monitoradas consideradas como não balneáveis. A região refere-se à Praia do Laranjal e aos balneários Valverde e dos Prazeres. O número, no entanto, tem melhorado: baixou para quatro pontos em 2021 e para três em 2022.

Conforme nota enviada pelo Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep) à reportagem de GZH, as alterações entre pontos próprios e impróprios em regiões próximas à Praia do Laranjal estão relacionadas aos locais onde desembocam águas da chuva e canais de despejo de esgoto. Regiões mais urbanizadas, via de regra, apresentam maior concentração de contaminantes.

“As ações já executadas pelo Sanep e previstas para os próximos anos são acerca de planejamento ampliado, prevendo a solução do esgotamento sanitário para todo o município, com um plano de intervenção na infraestrutura no que tange à sua universalização”, informou a autarquia.

Entre as ações em andamento, está a construção de uma estação de tratamento de esgoto que receberá todo o efluente da zona norte de Pelotas. A estação do Laranjal também tem previsão de ser ampliada e outras duas estações – Engenho e Simões Lopes – devem ser construídas.

Realizado desde a temporada 1979-1980 pela Fepam, o relatório de balneabilidade atesta a capacidade de um local de possibilitar banho, atividades esportivas e recreação de contato primário com a água. A balneabilidade é determinada a partir da quantidade de Escherichia coli, que é uma bactéria que, em grande quantidade, indica contaminação por fezes humanas ou de animais, e de Cianobactérias, que são algas azuis potencialmente produtoras de toxinas. Além do saneamento básico, outros fatores, como a incidência ou não de chuva naquela região, contribuem para que um local esteja próprio para banho.


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