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Felipe Bortolanza: "Pelé, Messi e o dilema de uma nação"

Jornalistas do Grupo RBS escrevem sobre temas do cotidiano

30/12/2022 - 09h00min

Atualizada em: 06/01/2023 - 10h34min


Felipe Bortolanza
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Agência RBS / Agência RBS
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Aprender a perder é o primeiro passo para se vencer a próxima batalha. Não sei se alguém já escreveu esta sentença. Mas como sempre gostei de bolar frases, foi o que me ocorreu para introduzir esta crônica no apagar das luzes de 2022, ano que tem muitos exemplos sobre vitórias e derrotas.

Vamos aos personagens que me inspiraram a filosofar. Primeiro deles, Pelé, que nos deixou nesta quinta-feira (29). Me detive a ler muito sobre o brasileiro mais famoso da história. Mesmo depois de uma carreira fulminantemente exitosa e com duas Copas conquistadas antes dos 21 anos, ele deu sinal de fraqueza após o vexame do Brasil em 1966. No Mundial da Inglaterra, fomos eliminados na primeira fase e Pelé apanhou muito em campo. No país, imperava o regime militar. Neste cenário de tristezas, o Rei chegou a anunciar que não defenderia mais a Seleção. Tivesse desistido, não teria existido o tri no México e ele seria mais um craque na história dos Mundiais.

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Algo similar viveram Argentina e Messi. O hermano encarou anos de desilusão vestindo a camisa 10 do país vizinho. Seus compatriotas, por muito tempo, o “acusavam” de ser espanhol. Alguns chegaram a festejar quando Lionel cogitou nunca mais defender as cores argentinas. Mas Messi é obstinado, tem um talento espetacular, inclusive para cair e levantar. Graças a isto que os mesmos que o xingavam no passado foram às ruas de Buenos Aires para festejar o fim da seca de 36 anos sem Copa!

Em 2026, o Brasil completará 24 anos na fila pela glória máxima do futebol. Que os tombos recentes tirem dos dirigentes da CBF qualquer preconceito contra estrangeiros. Se um treinador de outra nacionalidade vier e o Brasil ganhar, está feita a festa. Mesmo caso da política. Se meu país se fortalecer e tiver uma economia forte, que bom para todos, independentemente do presidente ou do partido que estiver no poder. Não se pode ter político de estimação. É pela nação que devemos ter estima.

Claro que perder dói. É compreensível o luto. Mas desistir (ou fugir) nunca deverá ser uma opção.



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