Coluna da Maga
Magali Moraes: de afogadilho
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Aprendi essa expressão com o querido Gustavo, que aprendeu lá na Fronteira. Sou guria da Capital (e de apartamento). Por mais que eu já tenha viajado bastante mundo afora, ainda falta turistar o meu próprio Estado. As cidades do Interior com suas curiosidades e costumes, as ruínas de São Miguel, me surpreender com os cânions, conhecer o Pampa profundo e descobrir o que se fala nos rincões do Rio Grande. Apressadinha que sou, "não fazer nada de afogadilho" serviu feito uma luva.
Uma vida sendo afobada, alguém aí se identifica? Não agir de afogadilho é respirar primeiro. Pensar antes e fazer depois (mesmo que sejam minutos depois). Aprender a ser menos impulsiva e impaciente, será que é possível? Não ficar na obrigação de decidir rápido coisas importantes que merecem um pouco mais de atenção. Até porque tem outro ditado que aprendi com colegas de trabalho: "A pressa passa, e a m**da fica" (perdoe meu francês). Verdade verdadeira, vai por mim.
Fogueira
Fazer de afogadilho é como botar lenha na fogueira da ansiedade _ e esse fogo pega de imediato. Na primeira vez que ouvi a expressão, achei graça. Na segunda, também dei uma risadinha e simpatizei com a ideia. Chega a ser transgressor. Hoje em dia, pressa significa produtividade e sucesso. É tudo pra ontem. Ninguém quer perder tempo, e acaba perdendo saúde física e mental. Os outros nos fazem apressar ainda mais os dias, os momentos, as decisões. Ou seríamos nós mesmos?
Ser mais prudente e consciente: errado não tá. Quando a vida acelerar de zero a cem em poucos segundos, pisa no freio imaginário. Lembra dessa coluna e do afogadilho. Da minha parte, estou analisando a possibilidade dessa expressão virar um mantra em 2023. Eu já poderia ter decidido, mas comecei a colocar em prática. Maga reflexiva, sabe assim? Não quero mais fazer nada de afogadilho. Nada de afogadilho. Nada de afogadilho. Repita comigo, que um novo ano vem aí nos motivando a mudar.