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Porto Alegre tem a segunda cesta básica mais cara do país em novembro, aponta Dieese

Mesmo com a redução no preço de oito itens, valor total registrou alta de 1,65% na comparação com outubro

07/12/2022 - 22h17min


Laura Becker
Laura Becker
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Félix Zucco / Agencia RBS
Tomate ficou na liderança dos alimentos que mais registraram alta em novembro

Após registrar a cesta básica mais cara do país no mês de outubro, Porto Alegre caiu para a segunda colocação no mês de novembro, quando São Paulo ocupou o topo do ranking. A constatação foi divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Análise do Departamento apontou redução nos preços de oito itens na comparação com outubro, com destaque para leite (-6,70%), feijão (-1,98%) e café (-1,86%).

No entanto, cinco itens registram elevação de preço, tendo o tomate na liderança, com alta de 15,40%. Na sequência, estão: batata (11,92%), banana (0,68%), pão (0,62%) e a carne (0,19%) 

A economista-chefe do Dieese/RS, Daniela Sandi, destaca que este é o terceiro mês de alta significativa nos preços de tomate, batata e da banana, impulsionada pela redução da oferta com o fim da safra de inverno, associada ao clima adverso.

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— A alta da batata chega a 70% no ano, cerca de 14 vezes mais do que a inflação média do período, que foi de 5%. Já a banana registra aumento de quase 50%, cerca de 10 vezes mais do que a inflação — explica.

Conforme o Dieese, em novembro, o valor do conjunto de bens alimentícios básicos registrou alta de 1,65%. Assim, o consumidor que adquiriu a cesta completa desembolsou R$ 781,52 — o equivalente a 69,71% do salário-mínimo líquido.

Em uma análise do ano, entre janeiro e novembro de 2022, a cesta acumula alta de 14,44%, com apenas dois dos 13 itens apresentando queda nos preços: feijão (14,02%) e açúcar (-0,67%).

Ainda de acordo com o Departamento, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.575,30 — 5,43 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. O cálculo é realizado levando em consideração que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Projeção

Para os próximos meses, a tendência é de redução maior no valor de alguns alimentos. No entanto, não há expectativa de mudanças no peso da cesta básica nas contas dos consumidores.

— A entrada da safra de verão pode aliviar os preços dos in natura, com aumento da oferta desses itens. Ao mesmo tempo, a demanda deve seguir fraca por conta da baixa renda, elevada informalidade e níveis recordes de endividamento — avaliou Sandi.


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