Zona Sul
Fêmea de bugio-ruivo, espécie ameaçada de extinção, é resgatada no bairro Azenha, em Porto Alegre
Equipe da prefeitura da Capital recolheu o animal e o encaminhou ao Núcleo Preservas, da UFRGS, que recupera bichos silvestres para devolvê-los à natureza
Uma fêmea da espécie Alouatta guariba, conhecida como bugio-ruivo, foi resgatada na manhã desta quarta-feira (18), na Rua Nunes Machado, no bairro Azenha, por uma equipe de fauna silvestre da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus).
Os técnicos da prefeitura de Porto Alegre monitoravam o animal desde a semana passada, quando foi avistado pela primeira vez, no bairro Glória. Na terça-feira (17) à tarde, uma tentativa de capturar o animal não havia obtido sucesso.
A bugio-ruivo apresentava lesões nos quatro membros. A ação de recolhimento contou com o apoio do Corpo de Bombeiros e do Batalhão Ambiental da Brigada Militar. Após a captura, a fêmea foi levada ao Núcleo Preservas — projeto de extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que atua no Hospital de Clínicas Veterinárias da instituição recuperando animais silvestres para posteriormente devolvê-los à natureza.
— O bugio Alouatta guariba é uma espécie nativa, ameaçada de extinção, com ocorrência nas matas nativas na zona sul da cidade. Não é comum encontrar exemplares nesta região de Porto Alegre, o que leva à hipótese de fuga ou de que alguém tenha trazido o animal da mata para a cidade. O menos provável seria dispersão da zona extremo sul — explica a bióloga Soraya Ribeiro, chefe da equipe de fauna silvestre.
O transporte do animal pode configurar crime ambiental, que, de acordo com a lei federal 9.605/98, de crimes contra o meio ambiente, tem penas que variam de multa até detenção. Ao identificar um animal silvestre ferido, em risco ou com indícios de maus-tratos, a equipe de fauna silvestre da Smamus pode ser acionada pelo telefone (51) 3289-7517 e pelo canal 156 aos finais de semana.
No ano de 2022, a equipe de fauna silvestre recebeu 786 chamados de resgate, número 23% superior ao registrado em 2021. O setor, que não atende denúncias envolvendo animais domésticos, tem como foco a promoção da conservação da fauna local, manejo, planejamento de políticas de conservação, elaboração de projetos de conservação, monitoramento ambiental, educação ambiental e licenciamento.