Direto da Redação
Lúcio Charão: "Obrigado, Rei"
Jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano
O Hexa não veio. Chegamos a sonhar com a semifinal da Copa do Mundo. Foram quatro minutos que nos tiraram essa alegria. Foi um ano no qual personagens de alegria ímpar e contagiante, como Jô Soares e Erasmo Carlos, nos deixaram. Muita gente querida, famosa e outras nem tanto, morreu. Mas 2022 se encerrou nos fazendo dar adeus ao gênio da Vila Belmiro, da bola e do mundo, o Rei Pelé.
Foi um ano em que o país brigou e se fraturou nas urnas. Um mês depois do resultado do pleito que dividiu a nação, todos os brasileiros estavam de mãos dadas torcendo pela Seleção na Copa do Catar.
Toda essa nossa paixão pelo futebol vem do legado que o Rei nos deixou. Ele nos conectou ao planeta inteiro ao erguer três vezes a taça de campeão mundial, nas décadas de 50, 60 e 70. Sim, eu não era nascido, porém não existe um brasileiro que não ouviu falar de Pelé e como ele brincava com a bola nos gramados – e a internet nos auxilia com vídeos memoráveis de Edson Arantes do Nascimento jogando.
Inspiração
Após o anúncio da morte do Rei, no dia 29 de dezembro, o mundo parou e voltou os olhos ao Brasil: jornais da Inglaterra, França, Itália, Espanha, Estados Unidos, Argentina e outros países estamparam a foto do astro na capa.
O rei inspirou gerações de crianças que correm atrás da bola nos campinhos de chão batido país afora. Que nascem e crescem sonhando em ser jogador de futebol. Entre segunda-feira e ontem, mais de 230 mil pessoas visitaram o estádio do Santos para prestar condolências a Pelé. Na Vila, o presidente Lula enalteceu que todos brasileiros devem ao Rei:
– A gente não pode ficar comparando Pelé a ninguém, porque não tem ninguém comparável a Pelé em se tratando de jogador de futebol, de ser humano, e de comportamento, fino e educado que tinha. Ele foi muito para o Brasil.
Obrigado por tanto, Rei. Descanse em paz.