Coluna da Maga
Magali Moraes: babá de plantas
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Quem vai molhar as plantas quando a gente está longe de casa? É uma escolha importante. Tomara que essa pessoa tenha experiência no assunto. Paciência e boa pontaria também são requisitos. E que ela molhe com mais segurança do que a gente. Nunca sei se dou a quantidade certa de água, vai no olho e na sorte. Fico pensando se as plantas sentem o mesmo tipo de sede que a nossa. Sabe aquela sensação de boca seca? Obrigamos a beber um copão d'água quando elas só queriam um golinho?
Expectativas serão criadas. Ser babá das plantas dos outros é mais que se oferecer pra regar. É cuidar com boa vontade. Nem precisa conversar, vai que a folhagem estranhe o tom de voz e os comentários. Já uma observação atenta é bem-vinda. Bichinhos suspeitos e pragas surgem do nada. Favor observar se alguma folha está queimando do sol, se murchou ou não vingou. Plantas que permanecem no seu habitat estranham menos do que as que mudam de casa temporariamente?
Confiar
Provavelmente a quantidade de água não vai ser igual, nem a ordem da regada caso sejam várias plantas sedentas. Será que a pessoa vai molhar pra fora do vaso, como você sempre faz? Esquece. No fim do dia, é tudo sobre delegar. Confiar uma tarefa a alguém é entender que essa pessoa não vai fazer exatamente do jeito que você faria. Desde que ela faça e o resultado final seja satisfatório, missão cumprida. Por isso é bom ter cactos: eles sobrevivem sozinhos, não dependem de ninguém.
Essa coluna é sobre cuidar das plantas de alguém como se fossem nossas. Geralmente água e sol resolvem em 90% das vezes. A fotossíntese acaba acontecendo. Se as folhagens solitárias e carentes já são fonte de preocupação pra seus donos, imagina os animais de estimação. Não tenho pets em casa, mas observo de perto a tensão envolvida ao delegar cuidados. Babá de plantas é mais fácil de achar? Tenho apego às minhas, e esses dias fiz até vídeo chamada pra orientar os cuidados. Me julgue.