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Coluna da Maga

Magali Moraes e o banho de mar

Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

27/01/2023 - 09h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

O banho de mar que não aconteceu. Esse, sim, deveria ser o título da coluna (muito comprido). Queria tanto dar um tibum no mar, só que o mar revidou as minhas ausências. Quantas vontades você já adiou e se arrependeu? Tem sempre alguma coisa mais importante acontecendo do que os nossos meros desejos. Então a gente deixa pra depois. Amanhã. Qualquer dia desses. E perde a chance de se sentir realizada na hora. Coisa boa quem consegue se priorizar, não importa o que houver.

Mas deixa eu explicar melhor. Adoro praia, mas não sou de entrar inteira no mar. Um pedaço aqui e ali. Molhar as canelas e ficar zanzando na beirinha das ondas resolve a vida, sabe assim? Uma caminhada, sentar e olhar o mar, dar um pulo na areia antes de ir no supermercado, esse é o nosso convívio marítimo. Vou à paisana, sem a função de molhar o cabelo e rolar na areia. Como nunca gostei de torrar no sol forte, adotei o final da tarde (horário preferido do ventinho chato).

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Mergulhar

Voltando ao tal banho de mar: deu uma vontade repentina. Foi num dia especial essa semana, e eu queria comemorar na água salgada. Mergulhar feito criança! Boiar e furar onda! Só que o mar não estava pra peixe. Infestado de mães-d'água, alertou a bandeira roxa fincada na areia. Não sou surfista pra encarar ondas fortes. E tinha um repuxo danado. Em vez de tomar banho de mar, tomei uma carraspana das ondas nas pernas. Até o mar fica de mau humor às vezes. Não deu match, que pena.

Conversando aqui com você, me dei conta das infinitas vezes que evitei entrar no mar por um motivo ridículo: não estar com o corpo do verão. A imposição da magreza e da barriga tanquinho, totalmente segura pra desfilar de biquíni na areia. Mas quem eu quero enganar? Não tenho o biotipo, e não me sacrificaria tanto. Quantos mergulhos perdi nessa vida por não me sentir no direito de expor um corpo imperfeito? Chega. Mar, me espera que tô chegando. Vou salgar a alma e sair de dedos murchos.



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