Saber a hora que o problema não é seu é um indício de maturidade. É contraditório porque quase sempre somos cobrados pelo mundo para termos responsabilidade e não empurrar com a barriga os problemas. Isso porque as consequências não perguntam se podem chegar. 

Em nosso papo de hoje falamos do outro extremo, como tentando ser responsáveis nos colocamos em roubadas que não nos dizem respeito. O velho “cuide da sua vida” nessa hora precisa ser repetido para nós mesmos. As pessoas que precisam de ajuda sempre vão tentar fazer você pensar que o problema é seu também e que você tem obrigação moral de ajudar. Se não é uma pessoa ruim que não valoriza os amigos e familiares ou que não sabe exercer a solidariedade. Uma arma muito comum é a chantagem emocional, ela só funciona se for feita por alguém que amamos muito, alguém que conhece nosso ponto fraco emocional. 

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Geralmente ligar o detector de chantagem não é fácil, mas temos que criar pontos de fuga. Principalmente, quando tivermos que tomar uma decisão em que as emoções vão impactar na nossa vida prática. Por emoção as pessoas deixam o nome negativado para ajudar outros, perdem casa, carro e até empregos. A definição mais precisa de maturidade para mim é: a capacidade de saber o que realmente é importante em cada momento da vida. 

Essa consciência, além de nos proteger de ataques tóxicos de necessidades alheias, dão espaço para que cada um segure sua onda. Muitas vezes ao ajudarmos pessoas que pedem, limitamos a capacidade de solução delas. Isso jamais quer dizer que temos uma licença poética para sermos egoístas, só precisamos construir um critério para levar ajuda. Se ajudamos a criar o problema ou se a existência dele impacta nossa vida, pode ser um caminho desses critérios. Depois, é entendermos o tamanho de nossa perna para dar os passos. Para começar, responda a pergunta básica: esse problema é seu?