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O que é o 5G e como ele pode impactar o mundo

Até o início de 2030, toda a área urbana do país deve contar com a coberta da nova tecnologia

23/01/2023 - 11h56min


GZH
Cris Lopes
Josep LAGO / AFP
A tecnologia tem o objetivo de aumentar em até 10 vezes a velocidade de conexão se comparada ao 4G

A tecnologia 5G chegou a todas as capitais do Brasil no segundo semestre de 2022. Os municípios com mais de 500 mil habitantes estão aptos a receber a tecnologia desde o dia 29 de setembro.

Embora alguns aparelhos já utilizem a tecnologia, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) projeta que muito mais mudará no uso diário da internet. Isso porque o impacto do 5G vai muito além do ato de enviar mensagens ou mesmo baixar arquivos.

O que é o 5G?

Como o seu próprio nome já sugere, o 5G é a quinta geração da internet. Desenvolvida ao longo dos anos 2010, a tecnologia tem o objetivo de aumentar em até 10 vezes a velocidade de conexão se comparada ao 4G, sua antecessora.

Como a 5ª geração da família da internet móvel, a expectativa da Anatel é, além de uma conexão mais rápida para baixar um arquivo, também para envios ágeis e estabelecimento seguro e rápido de comunicações. A velocidade, aliada à segurança, amplitude  e estabilidade na transmissão de dados definem o 5G e o diferenciam dos seus antecessores.

A agência fiscalizadora espera ter 1 milhão de conexões estáveis por quilômetro quadrado a cada ligação do sinal e melhorias na recepção do sinal, a partir da instalação de novas antenas base por todo o Brasil. 

Esses equipamentos são capazes de expandir de maneira segura o sinal continuamente, mas isso só deve acontecer após a implantação da nova tecnologia em 100% dos municípios e nas rodovias mapeadas pelo leilão.

Quais os objetivos do 5G?

  • Acelerar a conexão de internet
  • Facilitar a conexão simultânea dispositivos e objetos no ambiente da internet das coisas (IoT)
  • Aprimorar o uso de inteligência artificial nas fábricas, indústrias e agricultura
  • Aumento da disseminação de aplicativos com realidade aumentada e virtual

O que é a Internet das Coisas (IoT)

A Internet das Coisas (IoT) pode conectar as pessoas à rede o tempo todo, não apenas por dispositivos que normalmente proporcionam esse acesso, como computadores e celulares. O plano é proporcionar a conexão a objetos comuns: o tênis que mostra quanto você caminhou; a fechadura de casa controlada pela impressão digital; uma maçaneta que abre ao reconhecer o dono da residência, por exemplo.

Os projetos que envolvem o 5G podem expandir o uso da casa através das redes móveis e manter pessoas conectadas, por meio desta rede mais estável, veloz e com poucos atrasos entre o pedido e a resposta do equipamento.

Um exemplo de aplicação desta tecnologia são as lâmpadas de LED inteligentes, que já estão no mercado. Elas podem ser configuradas pelo celular ou pelo tablet. Por meio destes dispositivos, a iluminação do ambiente é ajustada conforme a necessidade ou vontade do usuário.

Os desafios do 5G

O principal desafio atual da tecnologia 5G no Brasil está na infraestrutura, pois são necessárias as instalações de fiação e de antenas base para aproveitamento do recurso. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), 40,5% das cidades brasileiras não possuem norma específica para a instalação das antenas de internet. Isso dificulta o avanço da implantação da tecnologia em municípios de pequeno e médio porte, tornando mais lenta a disseminação do serviço.

Um relatório divulgado pelo Senado em setembro de 2022 mostra outros problemas a serem superados, como as dificuldades estruturais relacionadas à instalação de antenas e cabos de fibra ótica e a desigualdade social, uma vez que é alto o custo para obter aparelhos conectados com a nova tecnologia.

Impacto do 5G no mundo

  • No Reino Unido, alguns trechos de linhas do trem e metrô contam com acesso ao Wi-Fi durante a viagem. Lá, as transmissões do futebol já são feitas usando câmeras 5G, sem auxílio de fios ou cabos.
  • Na Irlanda, a internet das coisas auxilia o trabalhador do campo por meio de aplicativos que monitoram o gado a partir de chips.
  • Já na China, existem empresas produzindo carros e caminhões autônomos, que chegaram aos Estados Unidos, Japão, Alemanha e Suécia, que deram sequência à implementação da tecnologia em menor escala.
  • No Japão, parte do trabalho agrícola é feito a partir do uso de robôs e tratores autônomos, dando o devido suporte na colheita e no trato do campo.

Futuro do 5G

Quando a recepção do sinal estiver em pleno funcionamento, estão previstas as cirurgias remotas, a circulação de carros autônomos poderão circular nas estradas e vias urbanas, além da possibilidade de modernização dos parques industriais.

Isso porque, inicialmente, essa rede possui uma velocidade dez vezes maior que o 4G, presente na maior parte dos smartphones. Com a consolidação da tecnologia, a velocidade pode ser até cem vezes maior, segundo dados da Anatel.

A expectativa é que os municípios com o máximo de 200 mil habitantes devem receber a rede 5G até o fim de 2026, com uma antena a cada 10 mil habitantes. Até o primeiro dia de 2030, todo o país e as rodovias presentes no leilão 5G devem permitir conexão nos aparelhos compatíveis com esse tipo de conectividade.

Calendário de implementação do 5G no Brasil

  • 29 de setembro de 2022: capitais e Distrito Federal tendo uma ERB (estação rádio base) a cada 100 mil habitantes
  • 31 de julho de 2023: capitais e Distrito Federal tendo uma ERB a cada 50 mil habitantes
  • 31 de julho de 2024: capitais e Distrito federal tendo uma ERB a cada 30 mil habitantes
  • 31 de julho de 2025: capitais e Distrito Federal e cidades com mais de 500 mil habitantes tendo uma ERB a cada 10 mil habitantes
  • 31 de julho de 2026: cidades com mais de 200 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes
  • 31 de julho de 2027: cidades com mais de 100 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes
  • 31 de julho de 2028: pelo menos 50% das cidades com mais de 30 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes
  • 31 de julho de 2029: todas as cidades com mais de 30 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes.

Cidades com até 30 mil habitantes:

  • 31 de dezembro de 2026: 30% dos municípios com até 30 mil habitantes
  • 31 de dezembro de 2027: 60% dos municípios com até 30 mil habitantes
  • 31 de dezembro de 2028: 90% dos municípios com até 30 mil habitantes
  • 31 de dezembro de 2029: 100% dos municípios com até 30 mil habitantes

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