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Desassoreamento

Trabalho de dragagem retirou quase mil pneus do Arroio Dilúvio

Trabalho, retomado em março de 2022, está concentrado neste momento em frente ao Hospital Ernesto Dornelles, considerado um dos trechos mais críticos até agora

04/01/2023 - 10h26min

Atualizada em: 04/01/2023 - 10h26min


André Malinoski
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O desassoreamento do Arroio Dilúvio se concentra neste momento em ponto localizado em frente ao Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre. Desde que o trabalho de dragagem recomeçou, no dia 28 de março de 2022, mais de 55 mil metros cúbicos de detritos foram retirados das águas do córrego que nasce em Viamão, na Região Metropolitana, e segue o curso pela Avenida Ipiranga até desembocar no Guaíba.

O diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Alexandre Garcia, estima que as ações seguirão por aproximadamente 30 dias no trecho situado entre as avenidas João Pessoa e da Azenha.

— Este é um dos trechos que está pior. A água chega a fazer um corredorzinho para passar, por causa da quantidade de resíduos — afirma Garcia.

Três escavadeiras hidráulicas executam o trabalho no local. Duas operam com o braço estendido para recolherem nas conchas o material retirado do arroio. Em seguida, o lodo é depositado em montes. Os detritos precisam ficar alguns dias secando antes de serem levados para o destino correto. 

Uma terceira escavadeira transfere o material para caçambas de caminhões, que o conduzem para um aterro localizado no bairro Lami, na Zona Sul. O que pode ser reciclado acaba sendo encaminhado para outros locais.

— Só do Arroio Dilúvio, calculamos retirar até 200 mil metros cúbicos de material. Estimamos que entre 120 mil e 150 mil metros cúbicos estejam concentrados na foz — explica o diretor-geral.

Entre os dejetos recolhidos do Dilúvio estão cerca de 800 pneus, garrafas de plástico, brinquedos, grandes quantidades de roupas, panos e colchões. Mas até um carrinho de supermercado e uma bicicleta de aluguel já emergiram das profundezas durante a limpeza.

— Já passamos dos 3 mil pneus recolhidos das águas, se somados os demais lugares de desassoreamento na cidade — revelou Garcia.

Segundo o diretor-geral do Dmae, os maiores pontos de concentração de resíduos no Dilúvio se situam onde há pequenas curvas no curso d'água ou em locais com obstáculos, como na Rua Doutor Salvador França. Nestes trechos, o lixo acaba afundando no arroio.

Em 13 de outubro do ano passado, GZH exibiu morros com mais de três metros de altura de resíduos perto do Planetário. A reportagem ainda mostrou que os números dos materiais retirados do Dilúvio já ultrapassavam em duas vezes o que foi recolhido dos escombros da antiga sede da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), após ser implodida por dinamite em 6 de março.

Após a implosão do prédio, foram retirados 14 mil metros cúbicos de entulho e 2,1 mil metros de sucata. Por sua vez, 35 mil metros cúbicos de resíduos haviam sido tirados do arroio até outubro.

O último desassoreamento no Dilúvio havia sido executado entre 2018 e 2019. No fim de 2020, o contrato com a empresa FF Maraskin, responsável pelo trabalho, foi encerrado de forma unilateral pela prefeitura, que alegou má prestação do serviço. Atualmente, o consórcio Suldrag é o responsável pela operação.

— Nunca foi feita uma limpeza desse porte no Arroio Dilúvio nos tempos modernos. Tem muito material que deve estar ali há 15 anos — conclui Garcia, comemorando que não houve transbordamento em 2022, exatamente em função da dragagem.

Por enquanto, os trabalhos seguem em frente ao Hospital Ernesto Dornelles. A ausência da chuva — quando as ações são interrompidas — e o número reduzido de pessoas na cidade, em decorrência das férias de verão — que se reflete em trânsito da Ipiranga — contribuem para o bom andamento das atividades.

Daqui um mês, a ideia da prefeitura é executar a dragagem na foz do Dilúvio. No local, o Dmae já trabalha no reforço da calçada e prepara o acesso para os caminhões.

Outros cursos d'água recebem serviço

Em outros pontos da Capital em que ocorrem trabalhos de desassoreamento, os resíduos retirados já atingem 180 mil metros cúbicos. A dragagem envolve locais como os arroios Cascata, Mato Grande, Moinho, Taquara e Mem de Sá, além de reservatórios para armazenamento temporário de água da chuva, casas de bombas, entre outros.


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