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Em Cachoeirinha, mães reclamam da distância de escolas disponíveis

Familiares são responsáveis por ex-alunos da Escola Golfinho Azul, que tinha um contrato com a prefeitura; com a parceria não renovada, as crianças precisaram ser transferidas

17/02/2023 - 15h23min

Atualizada em: 17/02/2023 - 15h23min


A demora para definição das novas escolas e, agora, a distância das escolhidas têm sido motivo de reclamação de mães de ex-alunos da Escola Golfinho Azul, de Educação Infantil, em Cachoeirinha.

A instituição tinha um contrato com a prefeitura e atendia 218 crianças, segundo a direção da Associação Movimento do Bem (Amobem), que administra a escola. Embora a parceria tenha sido encerrada em agosto de 2022, os alunos foram atendidos até dezembro. Mas para 2023, precisaram ser transferidos. 

Mães de crianças do maternal relatam, porém, que a Secretaria Municipal de Educação (Smed) informou sobre as possíveis novas escolas apenas por volta de 31 de janeiro. As aulas começaram nove dias depois.

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Prioridade

Angela Brizolla, 33 anos, mãe de um menino de dois anos, conta que a secretaria deu opções de vagas em duas escolas para seu filho, após diversas ligações. Uma delas fica no bairro Vila City Nova. A outra, na Cohab. A família mora no bairro Chácara das Rosas. O trajeto daria cerca de 20 minutos de casa até uma das escolas, indo de carro.

— Para mim, até seria perto uma das escolas, só que abre às 7h. Nesse horário, eu tenho que estar na empresa já. Para o meu marido, é totalmente fora de rota porque ele trabalha em Canoas e vai pela RS-118 — explica.

Angela questiona por que o sorteio de vagas da rede municipal foi feito antes de todas as crianças que estudavam na Golfinho Azul serem remanejadas. Para buscar ajuda, ela chegou a entrar em contato com o Conselho Tutelar.

— Estou batendo na tecla, desde quando eles (prefeitura) começaram, de que tinham que parar o processo de sorteio das novas vagas e remanejar primeiro essas crianças. Mas não, nunca fizeram isso. Então o meu filho é o "escanteio", ele vai para onde sobrar vaga.

Aguardar

A reclamação é a mesma de Elisandra Lopes Martins, 41 anos, mãe de um menino de dois anos e quatro meses. Ligando para a Smed, ela ficou sabendo sobre a possibilidade de matrícula em três escolas: uma no bairro Vila Anair, outra no Vila City Nova e outra na Cohab. A família é do Chácara das Rosas.

Segundo Elisandra, o trajeto a pé daria em torno de 40 minutos. De carro, cerca de 15 minutos. O problema, para ela, é que fica fora de sua rota, de levar o outro filho à escola e ir ao trabalho. Elisandra afirma que a secretaria pediu que esperasse até ser encontrada uma alternativa, mas não foi dado prazo.

Ela e Angela relatam que há escolas mais perto de suas casas para onde gostariam que os filhos fossem. Porém, não há vagas.

O que diz a prefeitura

Em nota, a prefeitura informou que as inscrições para Educação Infantil foram em outubro e o sorteio, em novembro e dezembro. "Na ocasião das inscrições, ainda que o Termo de Colaboração com a Associação (Amobem) estivesse rescindido, o atendimento seria mantido até o encerramento do ano letivo", afirmou.

Disse também que a demanda vinda da região pertencente ao zoneamento da Golfinho Azul foi "recenseada tendo como base a instituição, haja vista a necessidade de estabelecer raio de distanciamento para promover estudo de atendimento aos menores". Quinze famílias não aceitaram as opções dadas: esses alunos "serão chamados assim que surgirem outras possibilidades". 

Relembre o caso

/// Em 2022, por conta de atrasos no pagamento de salários e benefícios de professores e funcionários, as crianças da Escola Golfinho Azul tiveram dias sem aulas ou com turno reduzido. O problema se tornou mais frequente a partir de novembro.

/// Pais que iam em busca de explicações se viam diante de um impasse entre a prefeitura e a associação que administra a escola.

/// Em dezembro, a prefeitura informou ao DG que as crianças que tiveram a rematrícula feita pelas famílias no prazo correto deveriam ser recebidas em escolas da rede pública municipal. Naquele mês, não havia definição de quais escolas receberiam os pequenos.

Produção: Isadora Garcia



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