Coluna da Maga
Magali Moraes e o bronzeado de camiseta
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Se depender de mim, as marcas de produtos pra bronzear vão à falência. Convivo bem com a minha pele branquela. Nunca fiz e jamais farei qualquer tipo de bronzeamento artificial, acho uó. Uso protetor solar até no inverno, mesmo dentro de casa, porque a luz da tela do computador também faz estragos. Fiz algumas loucuras na adolescência: já foi moda passar óleo de Urucum e fritar no sol. Ah se eu pudesse voltar no tempo e falar pra aquela Maga desmiolada “Larga disso, guria! Já pra dentro”.
Volta pra 2023. É verão, e é consenso que pele bronzeada dá um ar de saúde. Quem vai pra praia quer tomar banho de sol e ficar com marquinha do biquíni, maiô ou sunga. Acho bonito, mas não é pra mim. Cada um sabe de si, pode se jogar na espreguiçadeira o tempo que quiser. Meu lugar preferido é embaixo do guarda-sol. Dói só de imaginar a pele ardida, a comichão, as bolhas, a pele soltando, o vermelho pimentão. Acho um preço muito alto pra se pagar pela cor do verão.
Ar livre
Quem não está refestelado à beira-mar e segue tocando a vida com o sol a pino também vai ter marquinhas (engraçadas, diga-se) de tanto zanzar na rua. É o famoso bronzeado de camiseta. Com roupa, nem se nota. Quando se tira a camiseta, descobre que o sol desenhou outra no corpo. No peito, um decote imaginário. Nos braços, a divisão exata da pele queimada e da protegida. Barriga e costas? Omo Total. Idem as pernas, com as coxas divididas, e os pés (bronzeado Havaianas).
Tudo isso pra dizer que chegou a minha vez. Fui rir do marido, que no momento ostenta um belo bronzeado de camiseta. Até que o espelho riu de mim, e me mostrou as marquinhas indesejadas nos braços e pernas. O sol não poupa ninguém, haja protetor solar em oferta. Me descuidei. Está comprovado que o entra e sai de um pátio ensolarado é tão eficiente quanto as espreguiçadeiras e os banhos de sol. Como se emparelha a cor? Só com mais sol e menos roupa. Obrigada, eu passo.