Pensei em escrever uma coluna geladinha e refrescante pra ajudar a amenizar o calor terrível que tá fazendo aqui no Estado. É verão, eu sei, mas esse janeiro interminável foi particularmente insuportável. Nem gosto de rimas, é que parte do cérebro já derreteu. Cansei de suar o bigode, o rosto inteiro, o pescoço, as costas. De não saber onde terminam as gotas de água pós-banho e começam as de suor. Cansada de dormir mal e me abanar enquanto tomo meu sagrado cafezinho.

Agora vem a parte refrescante. Te convido a se imaginar mergulhando numa piscina fresquinha. Cada mergulho, um alívio. Viu que na borda tem um copo cheio de gelo com a bebida que mais mata a sua sede? Sirva-se à vontade. O sorvete que acabou de sair do freezer te espera. Cada colherada, um deleite. Tá sentindo um ventinho gostoso soprando de repente? Encomendei ele só pra você. As folhas das árvores voltaram a se mexer, uma brisa suave sacode seu cabelo. O calorão se foi.

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Neve

Sempre dá pra refrescar um pouco mais. Larga tudo e vem comigo brincar na neve! É uma neve imaginária, então não precisa vestir casaco, touca e luva. O que vale é a surpresa de um friozinho inesperado. Como num sonho louco de verão, jogamos bolas de neve uns nos outros. Rimos até esquecer que é fevereiro e ainda tem muito calor pela frente. Pode fazer boneco, deitar na neve branquinha e afundar o corpo. O ar ficou mais fácil de respirar. Quem for dormir agora vai puxar uma cobertinha. 

Deixei pro final o ar-condicionado que não gasta luz, não precisa instalar e liga com a força do pensamento. Regule como quiser e aproveite, esse boleto não é seu, só mesmo o frescor. E se a gente incluísse no controle remoto um botão pra controlar a temperatura na rua? Antes de sair de casa, aponte o controle remoto pro céu e diminua a intensidade do sol. Não sei você, mas eu tô sentindo menos calor agora. Obrigada por entrar na brincadeira. Torcendo por dias mais agradáveis.