Coluna da Maga
Magali Moraes: os não carnavalescos
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Somos a turma do contra. Não nos leve a mal, talvez seja uma falha genética não gostar de Carnaval. Mas somos gente boa, acredite. Temos o resto do ano pra demonstrar nossa alegria e o samba no pé. Nos ver usando fantasia é um acontecimento raro (por favor, tire foto pra ter alguma prova). Encontrar purpurina em nossa pele também é quase impossível. Se você achar, a culpa é da vela de aniversário ou do trabalhinho de arte – os não foliões com filhos em idade escolar.
Nosso bloco é o de notas, pra escrever recados e o que der vontade (como jogar Stop). Nossa Sapucaí é qualquer rua movimentada por onde desfilamos. Rainha da Bateria? Só se for a bateria do celular, que essa não pode perder a energia. Marchinhas clássicas de Carnaval são bem-vindas: suas letras ingênuas são divertidas de ouvir (por 15 minutos), especialmente se não precisar pular e suar. Nem customizar abadá, que vai grudar no corpo em segundos (ai que calô ô ô ô ôr).
Dinheiro
Quarta de cinzas? Pode ser toda quarta-feira que coincide com o final do mês, quando o dinheiro acabou faz tempo e os boletos seguem chegando. Ei, você aí, me dá um dinheiro aí. Me dá um dinheiro aí. Não vai dar, não (diz a letra e a realidade). Os desfiles das escolas de samba são bonitos de ver (uma espiadinha leve). Toda aquela produção, a história contada através do tema escolhido, as coreografias e o colorido vibrante. Desligou a TV, acabou. Ou acompanha pelas redes sociais.
Tenho amigos que já desfilaram e acharam uma experiência super emocionante. Deve ser mesmo, fico feliz por eles. Uma coisa é certa: o que encanta a todos é a liberdade (de ir pra avenida ou pro meio do mato) típica de um feriadão. Por mais que nem seja feriado oficial, quem não quer pausar a rotina? Pros que amam Carnaval, essa é a melhor época do ano. Os não carnavalescos se divertem igual. Bora curtir os próximos dias, que os ovos de Páscoa estão chegando nos tetos dos supermercados.