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"Amor", "positividade" e mais

Plaquinhas coloridas pedem cuidado com o meio ambiente e espalham mensagens positivas por praias do Litoral Norte

Quem passeia pelas areias aproveita para tirar fotos e apoia a conscientização com relação à natureza

07/02/2023 - 14h18min

Atualizada em: 07/02/2023 - 14h20min


Tiago Boff
Tiago Boff
De Capão da Canoa
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Na passarela que fica perto da imagem de Iemanjá, em Capão da Canoa, no Litoral Norte,  há um “condomínio” de tábuas pintadas de lilás, vermelho, verde, branco, rosa e azul. Em homenagem à protetora dos mares, as chapas ganharam os dizeres “eu amo Navegantes", "as pequenas ações ajudam a mudar o mundo", "cuide e proteja o nosso meio ambiente" e "não polua”. O que o criador da intervenção talvez não saiba é o impacto dessa arte multicolorida na população.

— Minha filha é autista e ela adora. As formas e as cores impressionam. Até tiramos uma foto ali — diz a pedagoga Édila Lippert, 33 anos.

— Traz calma e tranquilidade para a nossa família — complementa o marido de Édila, o empresário Vitor Henrique Fornel, 37.

O trabalho dos artistas que contribuem com a paisagem através das plaquinhas se soma ao pé na areia, ao barulho das ondas, ao sol e à brisa refrescante, momentos à beira-mar que relaxam corpo e mente e ajudam a refletir sobre o dia a dia. “Agradecemos a natureza”, “praia limpa é muito mais bonita”, “aproveite o dia com respeito pelo mar”, “amor” e “positividade” estão entre os chamativos exemplares que colorem o acesso à praia em inúmeros pontos da costa gaúcha, de Sul à Norte.

As mensagens positivas são obras coletivas. Thiago Barbosa, conhecido como “Loko Artes” no município, é o responsável pela mistura de diferentes tons em desenhos, um traço com um quê de maluquice, como sugere o apelido. Seguindo o que prega na frase, também há consciência na produção dos materiais.

— As madeirinhas das plaquinhas são recicladas. Eu pego de obra, que sobra de uma construção e ia fora, ou eu restauro de madeira que cato por aí. É ecológico, além da mensagem de conscientização — explica.

Além de decorar a cidade e inspirar adultos e crianças, o artista tenta pegar quem não é educado ambientalmente pelo constrangimento:

— Nada justifica jogar lixo no chão, vai da educação de cada um, mas quando a pessoa vê uma placa dizendo isso, pode acabar buscando uma lixeira, ou pensando que tem alguém cuidando — complementa.

Entre Capão, Arroio do Sal e Torres há 118 balneários, segundo contagem realizada pela reportagem de GZH na temporada passada. Boa parte é composta por prainhas com poucos edifícios, onde o sossego prevalece. Nesses locais, raras são as marcações de limite territorial, como pórticos vistos em Xangri-Lá, Tramandaí e regiões mais badaladas. Voluntariamente, o artista instala placas informativas sobre a chegada a tal localidade, além da mensagem já consagrada de alerta ambiental - os materiais podem ser conferidos pelas redes sociais. O objetivo é “fechar” o Litoral Norte até o final de 2023.

O outro Tiago desta reportagem é Tiago Dominguez, 29 anos. Estudante de Medicina Veterinária, criador do grupo de amigos Qual é a Boa, Capão, apaixonado pelo mar, pelas dunas e pela natureza, ele desenvolve plaquinhas muito semelhantes nas mensagens. É responsável pela proteção de parte das dunas, onde há fitas isolando áreas com ninhos de quero-quero e corujas. Nesses pontos também foram colocados os avisos, que além de levarem adiante o recado, servem como estaca das cercas de proteção.

— A ideia é mostrar que existem pessoas atuantes na preservação — explica Tiago Dominguez.

A placa que diz “sorria, você está na praia” encantou o técnico em eletricidade Bráulio da Costa Lobato, 68 anos, e o neto, Bernardo Bicca Lobato, cinco:

— Gosto muito de tomar banho no mar — afirma e agradece à quem não suja a água o menino.


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