Contra a ômicron
Tire suas dúvidas sobre a aplicação da vacina bivalente contra a covid-19 em Porto Alegre e no RS
Secretaria Estadual de Saúde recomendou a oferta da dose para todas as pessoas a partir de 18 anos, mas o cronograma depende de cada município
Na última terça-feira (25), a Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (SES) recomendou a aplicação da vacina bivalente contra a covid-19 para todas as pessoas a partir de 18 anos, seguindo orientação do Ministério da Saúde. De acordo com a recomendação do governo estadual, podem ser vacinadas todas as pessoas maiores de idade que já completaram seu esquema vacinal primário, com a última dose recebida há pelo menos quatro meses.
A adoção da medida, no entanto, depende dos municípios, que seguem cronogramas próprios, dependo das doses disponíveis. Em Caxias do Sul, por exemplo, no dia do anúncio, a prefeitura ampliou a vacinação com o imunizante bivalente para todo o público maior de idade. Já Porto Alegre não acompanhou a recomendação do governo estadual e apenas pessoas com mais de 50 anos poderão receber doses da vacina a partir desta quinta-feira (27).
Antes do público em geral ser liberado para receber a dose bivalente, o imunizante já era oferecido para pessoas com comorbidades que têm 12 anos ou mais, com deficiência permanente de 12 anos ou mais, gestantes, puérperas, imunocomprometidos a partir dos 12 anos e profissionais de saúde já estavam aptos a receber o imunizante. Estes públicos seguem sendo atendidos.
— Esses grupos com maior vulnerabilidade, quando infectados pela covid-19, são aqueles que estão sendo hospitalizados e indo a óbito, então chamamos atenção para que essas pessoas atualizem seu esquema vacinal, até mesmo para ampliarmos a imunidade coletiva, já que chegamos perto do inverno e as doenças respiratórias se transmitem com mais facilidade. O Ministério da Saúde ampliou a faixa etária, inclusive, para evitar um recrudescimento em casos (de covid-19) e óbitos — disse a enfermeira Tani Ranieri, diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta quarta-feira (26).
Confira respostas para as principais dúvidas a respeito da vacina bivalente:
O que é a vacina bivalente?
A vacina bivalente contra a covid-19 é um imunizante que oferece uma proteção maior contra infecções derivadas da variante ômicron, que é a predominante atualmente e considerada mais transmissível do que cepas anteriores do vírus. Estudos têm apontado que pessoas com um sistema imunológico mais frágil, sejam idosos ou pessoas imunocomprometidas, costumam resistir melhor à doença quando vacinados com a versão bivalente do imunizante.
— Nesses grupos, elas (vacinas bivalentes contra a covid-19) possuem uma eficácia maior, por isso, em um primeiro momento, foram orientadas para aplicação nesses grupos. Eles têm uma resposta melhor quando comparados à vacina monovalente — diz Tani.
Quais as indicações? Quem pode tomar?
Hoje, conforme recomendações do governo estadual e do Ministério da Saúde, pessoas com esquema primário completo, que fizeram no mínimo duas doses de vacinas de AstraZeneca, CoronaVac ou Pfizer, ou uma de Janssen, há pelo menos quatro meses, já podem receber a bivalente. A partir disso, independente do número de doses, feitos ou não os reforços já indicados para sua faixa etária, estão aptos.
— Liberamos a bivalente independente do número de doses anteriores a partir do mínimo de duas. Não ampliamos para uma quarta ou quinta dose — ressalta a diretora do Cevs.
Quem pode se vacinar com a bivalente em Porto Alegre?
Fora os grupos especiais que já podem se vacinar com a bivalente desde o início do ano, a partir desta quinta-feira (27) pessoas com mais de 50 anos também poderão se imunizar na Capital com o imunizante atualizado. Os horários de funcionamento e endereços dos postos podem ser encontrados aqui. Novas ampliações de público podem ocorrer nos próximos dias em Porto Alegre.
É preciso levar quais documentos para se vacinar?
Segundo a prefeitura de Porto Alegre, são necessários o documento de identidade com CPF e a carteira de vacinação.
No caso de imunocomprometidos, é preciso apresentar comprovante da condição de saúde por meio de atestado médico, nota de alta hospitalar ou receita de medicação. Pessoas com deficiência permanente deverão apresentar documento que comprove sua condição, como laudo médico, cartões de gratuidade no transporte público, entre outros, válidos independente da data.
Para profissionais de saúde é necessário apresentar comprovante do vínculo empregatício (crachá, carteira ou contrato de trabalho vigente). No caso de trabalhadores autônomos, deve-se entregar cópia da ficha CNES ou alvará do serviço de saúde ou autodeclaração (veja aqui). Já trabalhadores de apoio devem levar declaração de vínculo do trabalhador (veja aqui), informa a Secretaria Municipal de Saúde.
Como está a cobertura vacinal com a bivalente no RS?
A percepção de que a covid-19 deixou de ser um risco derrubou a procura da população pelo imunizantes contra a doença, diz Tani. Desde o início da vacinação com a bivalente, em março, a cobertura vacinal tem estado aquém da expectativa das autoridades.
— Esperávamos uma maior adesão por parte dos grupos elencados para receberem a bivalente. Nossas expectativas não foram preenchidas, até mesmo entre os idosos e pessoas com comorbidades, que são o público alvo que mais tem adoecido com gravidade e onde está o maior percentual de óbitos. Mesmo assim, esse público não aderiu e não preencheu nossas expectativas — disse a diretora do Cevs.