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Ação para reformar casas contempla 10 famílias na Restinga

Empresa da Capital recebeu investimento internacional e contratou ONG com atuação global para selecionar famílias que seriam atendidas e executar as obras

09/05/2023 - 05h00min

Atualizada em: 09/05/2023 - 05h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Um presente de Dia das Mães adiantado está sendo entregue para 10 famílias formadas por mulheres chefes de família na Restinga, bairro da Zona Sul. É que as casas onde vivem estas famílias estão recebendo reformas no valor de R$ 12 mil. Pintura, reboco, construção de banheiro, instalação de pisos e forros, entre outros serviços, estão sendo prestados durante este mês de maio. 

As famílias foram escolhidas através de entrevistas na comunidade. Para participar, era preciso ter renda de até três salários mínimos e ter casa própria. Quem fez a seleção foi a Organização Não-Governamental (ONG) Habitat Para a Humanidade, uma entidade global com sedes no Brasil em Recife (PE) e São Paulo (SP). Esta foi a primeira atuação do grupo em Porto Alegre. 

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A ONG foi escolhida para o trabalho pela ADP Brazil Labs, uma empresa de tecnologia da informação para gestão de recursos humanos. A companhia, que atua globalmente, recebeu um aporte do seu fundo internacional no valor de 50 mil dólares — cerca de R$ 250 mil. 

E Porto Alegre, onde uma das sedes está localizada, foi escolhida para receber parte do valor, destinado para as reformas de casas. Além das 10 casas na Tinga, outras 10 residências serão contempladas em São Paulo.

— É uma maneira de retornarmos um pouco do que Porto Alegre fez nos abraçando desde a nossa chegada aqui — pontua Juliana Costa Beber, gerente sênior de pessoas da ADP Brazil Labs.

Na última sexta-feira, as obras tiveram um acréscimo especial. Vinte e cinco funcionários da empresa se voluntariaram para ajudar nos trabalhos na Restinga. Mesmo com chuva durante o dia todo, as reformas não pararam. Como os trabalhos eram internos, as intempéries não afetaram a continuidade. 

A reportagem do Diário Gaúcho acompanhou a tarde movimentada na Restinga, enquanto cinco das 10 casas selecionadas passavam por reparos ao mesmo tempo. Divididos, voluntários e também as equipes de obras contratadas para os trabalhos se alternavam entre pintura, remoção de pisos antigos, cimento e reboco. 

O que cada casa vai receber de novo foi escolhido pelas próprias famílias, como conta a analista de projetos sociais da Habitat Para a Humanidade, Mabele Navarro:

— Escutamos as prioridades das famílias e, dentro do valor orçado, encontramos as soluções. Na maioria dos casos, foi possível atender a todas as demandas.

"Não poderia ter vindo em melhor hora"

Na casa de Rosimari Oliveira Flores, 48 anos, a ajuda não poderia ter vindo em hora melhor. Trabalhando no setor de higienização do Hospital Divina Providência, ela conta que se dedica ao voluntariado nas horas vagas. 

E receber de volta um gesto de voluntariado também foi bastante significativo. Rosimari divide a casa com o marido e um filho, além de dois gatos que eram as estrelas do ambiente durante a reforma, recebendo afagos das mais de 10 pessoas que se mobilizavam para tocar os trabalhos durante a tarde da última sexta. Moradora da Restinga há 30 anos, Rosimari chorou ao falar sobre as dificuldades que a impediam de fazer as obras com recursos próprios.

— Na pandemia, meu pai e minha irmã faleceram em decorrência da covid-19. Foi um período bastante difícil e ainda estamos nos recuperando de tudo. Por isso, ter recebido esse presente me deixa tão feliz e emocionada — conta ela. 

Na casa de Rosimari, além da pintura, será feita troca do telhado da cozinha e instalação de forro e porta na mesma área.

A diferença que faz um banheiro

Não muito distante dali, equipes trabalhavam em outras duas casas. Segundo a arquiteta Rafaela Costa, analista de projetos de voluntariado na Habitat Para a Humanidade, os pontos mais delicados nestes espaços eram os banheiros, que seriam reformados, com instalação de pisos, louças e chuveiro. 

Numa das casas, instalada nos fundos de um terreno já com outra residência, havia apenas um quarto e um banheiro. Ali, vivem uma mãe e uma criança recém-nascida, com pouco mais de um mês de vida. O reboco nas paredes, pintura e a construção de um banheiro praticamente do zero serão essenciais para que as mínimas condições de habitação existam. 

— Melhora muito o ambiente, e a construção do banheiro vai trazer muito mais higiene para cuidar do bebê — pontua Michael Conceição, 20 anos, pai da recém-nascida. 

Apesar de não morar no espaço, Michel se deslocou para também ajudar nas obras. As reformas nas 10 casas escolhidas na Restinga começaram no início do mês e devem se estender até o fim de maio, segundo prevê a ONG que toca a ação.


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