Numa daquelas minhas manias de bisbilhotar na internet, descobri no Facebook um grupo com dicas para donas de casa. Achei que poderia tirar dali alguma ideia nova de arrumação para o meu cantinho, um faça você mesmo criativo ou até, quem sabe, uma sugestão de pauta para o DG, baseada em tendências vindas de quem cuida da casa. 

Engano meu. Descobri, na verdade, um grande espaço de desabafo coletivo. Esposa que descobriu traição do marido, com direito a filho com a outra. Jovem que decidiu ser dona de casa e agora sofre com os abusos do companheiro e ficou sem condições financeiras para se separar. Trabalhadora que enfrenta jornada dupla, fora e dentro de casa, e não recebe nenhum tipo de apoio nas tarefas domésticas. Mãe solo que luta para sustentar a família com o salário minguado. Uma que tem a casa tão grande, que não dá conta de limpar, outra que tem a casa tão humilde, que não consegue deixá-la ajeitada. E por aí vai.

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Quase todas se queixam da solidão. Claro que estou falando do contexto de um grupo de internet, que talvez acolha justamente mais pessoas com esse perfil. Mas o fato é que, com a correria do dia a dia a que todas são submetidas, e até mesmo com o tempo gasto em frente a uma tela de celular ou de TV, fica mais difícil manter os vínculos. E aí, a mulherada acaba sem ter com quem desabafar. 

Problemas, todo mundo tem. Mas poder contar com alguém para dividir seus momentos difíceis faz toda a diferença. Uma conversa com uma grande amiga, que também pode ser alguém da família, ajuda a resolver ou ao menos a aliviar a barra. Uma opinião vinda de fora pode trazer um novo olhar para os perrengues. 

Cultive suas amizades. Convide suas amigas para conversar, e, se for preciso, dê suporte a uma mulher que passa por dificuldades. Ou, se for você a passar por um aperto, será que não tem alguém com quem possa conversar e desabafar? Vamos nos unir, mulherada, que juntas tudo fica bem mais fácil.