Coluna da Maga
Magali Moraes e a valiosa vassoura
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Seguido sai uma nova reportagem falando das profissões que estão virando peça de museu, ainda mais agora com o boom da inteligência artificial. ChatGPT, já ouviu falar? Simplificadamente é um assistente virtual que sabe tuuudo e escreve sobre tuuudo, basta pedir e dizer que foi você que fez. Aqui nesse espaço ele não tem vez, não se preocupe. Que robozinho iria prestar tanta atenção nas migalhas do cotidiano? O mundo evolui, novidades aparecem, mas a sensibilidade é trunfo dos humanos.
Falando nisso, tava pensando na vassoura. Porque os objetos também caem em desuso e perdem a importância. Devo muito à vassoura. Porque se tem algo que eu valorizo é a limpeza. Ela me serve de braço também. Ou como eu alcançaria uma teia de aranha lá no alto da parede? Tem mais: as vassouras nos protegem. Já matei muita barata com uma vassourada certeira. Já espantei morcego. E reza a lenda que se espanta até visita chata: é só colocar uma vassoura atrás da porta e tchau.
Azar
Supersticiosos dirão que tem o fator azar. Não pode varrer os pés de alguém senão a pessoa não casa. Hoje em dia, sinceramente, isso pode ser uma benção. Deve ter muita guria varrendo os próprios pés pra não casar tão cedo e focar na carreira, estudar, viajar bastante, sair com as amigas, curtir a liberdade de morar sozinha. Lembrei de outra utilidade da vassoura: bater no teto do vizinho do andar de cima pra reclamar do barulho. Isso acontece na vida real ou só em filmes?
Voltando às modernidades, existe uma ameaça às vassouras. Aqueles robozinhos que aspiram a sujeira do chão. Já tive um e não deu certo, agora os novos estão mais caprichosos. Mesmo que você gaste um dinheirão pra comprar o top de linha que mapeia toda a área, não tranca em nada e volta sozinho pra sua base quando está terminando a energia, algum cantinho sujo ainda vai sobrar. E é aí que entra a querida vassoura. Varre tudo. Até a sujeira pra baixo do tapete, se você quiser.