Coluna da Maga
Magali Moraes: meio maio
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Sabe aquela do copo meio cheio, meio vazio? Um olhar otimista enxerga a água que existe, apesar de não completar totalmente o espaço. Enquanto isso, o pessimista só consegue ver a falta do líquido. Mesmo copo, mesma água, o que muda é a percepção. Escassez e abundância. Quem tem razão? O otimista, que valoriza a presença da água? Ou o pessimista, que a ignora? Se o copo estivesse bem cheio, talvez ele reclamasse do gosto da água (morando em Porto Alegre, todos nós ultimamente).
Eu me considero otimista. Faço o maior esforço pra procurar o copo meio cheio em cada situação que a vida apresenta, inclusive na postura das pessoas. O lado do bem, a luz interior que todos nós temos, a capacidade de não desanimar e confiar que dias melhores virão. Agora troque a tal água do exemplo acima por qualquer outra coisa que mate a nossa sede: um meio sorriso será sempre melhor do que uma cara meio fechada. O meio cheio contagia, o meio vazio desestimula.
Metade
Tava aqui pensando nesse mês de maio, que chegou na metade e ainda não entregou tudo que eu esperava. Expectativas, sempre elas. Como você pode ver, até os otimistas de carteirinha têm seus momentos de desânimo. Por isso, eu faço questão de procurar o copo meio cheio de maio. Ontem seria o aniversário do meu pai, o que remete à ausência. Mas também foi Dia das Mães, o que me garantiu fartura de amor. Pude curtir tanto o colinho da minha mãe quanto o carinho dos meus filhos.
Nesse meio maio, tive 15 dias de saúde perfeita. Não faltou comida na mesa, nem risadas, caminhadas, leitura, banhos quentinhos e travesseiro pra sonhar. A energia do sol também ajudou. Foram mais dias de céu azul do que chuva (e até ela fez bem pras plantas, gramados e a agricultura). E você? Tá enxergando maio meio cheio ou meio vazio? Pra manter a esperança, lembra que hoje é apenas o dia 15. Vem mais uma quinzena pela frente. Oba! Dá tempo de sobra pra exercitar o otimismo.