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Michele Vaz Pradella: "Perigos do outro lado da tela"

Todas as quartas-feiras, jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano

03/05/2023 - 09h00min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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Agência RBS / Agência RBS
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A internet mudou o mundo, os relacionamentos, as formas de trabalhar, estudar e se divertir. A tecnologia nos aproxima, ao mesmo tempo em que nos afasta. Ajuda a descomplicar nosso dia a dia, mas também atrapalha e nos deixa mais ansiosos. Como tudo na vida, há dois lados dessa moeda, e a face mais perigosa envolve as crianças e jovens. Expostos a todo e qualquer tipo de conteúdo na internet, seres humanos em formação podem ter contato com pedófilos, aliciadores, neonazistas, criminosos da pior espécie. 

Na minha adolescência – ainda nos tempos da internet discada –, os maiores perigos eram as correntes de e-mail (“envie para 20 amigos, caso contrário...”) ou as fotos de famosos mortos naquele site que todo adolescente dos anos 2000 acessou. Quem viveu sabe... 

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Em 2023, massacres em escolas, ameaças, racismo e proliferação de discursos de ódio acenderam um alerta a respeito de conteúdos disseminados pelas redes. Em matéria assustadora no último domingo, o Fantástico mostrou que o Discord – aplicativo projetado para comunidades de jogos online – virou uma ferramenta que incentiva crianças e adolescentes a se mutilarem, torturarem animais, entre outros “desafios” perversos. 

Em Brasília, os deputados estão prestes a votar a PL 2.630, já popularizada como PL das fake news. Trata-se de um projeto de lei que busca reforçar a regulamentação e fiscalização sobre plataformas digitais, como redes sociais, aplicativos de trocas de mensagens e ferramentas de busca. A polêmica parece longe de terminar.

Para além do que seja decidido no Congresso, a mudança deve começar na casa de cada um de nós. Converse com a criança ou adolescente mais próximo de você. Questione sobre o que está “bombando” na internet, que tipo de conteúdos ele consome, a que vídeos assiste. Fique por dentro da rotina virtual dessa galerinha. Diálogo, carinho e atenção pode mudar tudo, mais até do que qualquer lei. 



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