Avaliação de habilidades
Quais são as mudanças em concursos públicos propostas por projeto de lei que tramita no Senado
Teste psicotécnico e aplicação de provas online estão entre as alterações sugeridas pelo texto, que foi aprovado pela Câmara dos Deputados em agosto de 2022
Um projeto de lei que tramita no Senado Federal propõe uma série de mudanças nas regras de aplicação e avaliação dos concursos públicos. Entre as alterações sugeridas pelo texto, que foi aprovado pela Câmara dos Deputados em agosto de 2022, estão a inclusão de teste psicotécnico e a permissão do uso de tecnologia em determinadas etapas ou em todo o processo seletivo.
De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, a proposta tem apoio do governo federal, que considerada que as novidades podem melhorar o acesso dos candidatos, ampliar a concorrência, dar segurança jurídica e permitir ao governo selecionar com maior efetividade seus funcionários. Ainda segundo o jornal, caso sejam aprovadas, as regras valerão apenas para as novas seleções e o objetivo é que elas sejam aplicadas para União, Estados e municípios.
A versão atual do projeto, que ainda pode passar por modificações, estabelece que os candidatos podem ser avaliados por seus conhecimentos, habilidades e competências. A realização de uma prova, seja escrita, objetiva, dissertativa ou oral, segue como um requisito mínimo, mas a comissão organizadora do concurso público poderá exigir outras etapas de avaliação, que deverão ser informadas aos participantes, conforme o projeto de lei 2.258/2022.
Para avaliar as habilidades dos candidatos, poderão ser incluídos instrumentos para medir a aptidão intelectual ou física para a execução de atividades do cargo, como testes físicos, elaboração de documentos e simulação de tarefas específicas da função. Já para a análise de competências, a verificação de aspectos comportamentais poderá ser feita por meio de entrevista, avaliação psicológica, exame de higidez mental ou teste psicotécnico.
O texto também propõe autorizar a realização do concurso total ou parcialmente a distância, de forma online ou por plataforma eletrônica, com acesso individual seguro, em ambiente controlado e garantia de acesso igualitário. Segundo a Folha de S. Paulo, nesses casos, o uso da tecnologia dependeria de regulamentação específica da administração pública ou do órgão contratante. As regras também precisariam passar por uma consulta pública prévia e seguir padrões de segurança da informação.
Outra mudança prevista no projeto de lei está relacionada à consolidação de uma prática já aplicada em parte dos processos seletivos, que poderá ser ampliada a outros: a realização prévia de cursos de formação, de caráter eliminatório ou classificatório, com o intuito de introduzir os participantes nas atividades do órgão onde irá atuar.
Conforme o jornal O Globo, o governo federal pretende realizar concursos públicos para preencher 8 mil vagas neste ano.
Os principais pontos do projeto
Os candidatos podem ser avaliados por seus conhecimentos, habilidades e competências, a partir de diferentes instrumentos:
- Conhecimentos: provas escritas, objetivas ou dissertativas, e provas orais, que cubram conteúdos gerais ou específicos;
- Habilidades: testes físicos compatíveis com as atividades, elaboração de documentos e simulação de tarefas específicas da função;
- Competências: entrevista, avaliação psicológica, exame de higidez mental ou teste psicotécnico, conduzido por profissional habilitado nos termos da regulamentação específica.
O concurso poderá ser realizado total ou parcialmente a distância, de forma online ou por plataforma eletrônica, conforme alguns requisitos mínimos:
- Acesso individual seguro e em ambiente controlado;
- Garantia de acesso igualitário às ferramentas e dispositivos do ambiente virtual;
- Consulta pública prévia obrigatória;
- Conformidade com padrões de segurança da informação previstos em lei.