Direto da Redação
Amanda Khal de Souza: "Não tente abraçar o mundo"
Jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano
Acordo às 6h, escolho o que vestir, me arrumo, faço meu café, vou para o trabalho e passo lá mais de um terço do dia. Volto para casa, arrumo a bagunça, lavo a louça, vou para a academia, passeio com a minha cachorrinha, organizo a agenda para o dia seguinte, assisto à novela e, finalmente, vou para a cama. Dia corrido, né?! Resumidamente, essa é a minha rotina básica em 24 horas. Amo o que faço e não reclamo da correria, até curto um dia a dia intenso. Mas, diferentemente de outros momentos em minha vida, hoje eu não tento mais abraçar o mundo. Sim, querido leitor, insensatamente, tentava fazer isso.
Para tentar equilibrar melhor a gestão do meu tempo (e não me sobrecarregar), hoje escolho o que merece o emprego da minha energia. Agora, penso mais em “pare”, “respire” e “recalcule a rota” do que em “precisa se esforçar mais um pouco”, “entregue mais” e “ainda não cheguei no meu limite”. Esgotamento mental e físico nunca foram e nunca serão sinônimos de sucesso.
Autocuidado
Algumas pessoas que convivem comigo já chegaram a dizer que me tornei um tanto egoísta ao tentar me priorizar. Prefiro chamar a minha mudança de atitude de amor-próprio. Hoje, busco propósitos que conversam mais com quem realmente sou, permito me autoanalisar com calma e deixar para trás quem ou o que desgasta a minha energia sem uma razão amplamente pertinente.
A gente não pode se punir por não dar conta de tudo. Ninguém consegue ser infalível o tempo todo. Evidentemente, a preocupação e a inquietação se fazem presentes quando tarefas não são executadas como gostaríamos ou quando não é possível dar atenção suficiente a todo mundo que chama para conversar no WhatsApp, mas é importante refletir sobre isso: o desafio é encontrar o equilíbrio entre se importar e se resguardar.