Muda o cabelo, muda o cardápio, muda o endereço, muda a cidade, muda de idade, muda de ideia, muda de humor, muda tudo. Só não muda o lado da cama. Será que acontece com todos os casais? Uma vez que se escolhe o lado que cada um ocupa na cama, está decidido que é pra sempre? Ou nem decide nada, apenas deita aleatoriamente em um dos lados, sem se dar conta de que demarcou o território. Se o relacionamento termina, cada um seguirá ocupando o mesmo lado em outras camas? 

Aqui o lado esquerdo é meu, por mais que às vezes eu tente experimentar uma noite de sono à direita pra ver se os sonhos mudam. Quando viajamos pra um lugar diferente e ficamos em uma pousada nova, posso até não saber que tipo de cama vou encontrar. Se os lençóis serão lisos ou estampados, se o colchão vai ser realmente macio e os travesseiros confortáveis. Minha única certeza é essa: vai sobrar o lado esquerdo da cama pra mim. Tomara que tenha abajur com luz boa e uma tomada extra. 

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Costumes

Bem que uma instituição respeitada mundialmente poderia fazer um estudo científico sobre o tema, e descobrir as razões que levam a escolher determinado lado da cama. É algo que remete à experiência dentro do útero materno? É sensação de pertencimento? Um apego que nem Freud explica? Uma questão genética? Apenas casualidade? Como se sente uma pessoa destra dormindo no lado canhoto da cama, e vice-versa? Em camas redondas, o casal segue ocupando um lado específico?

Tantas perguntas sem resposta fácil. Ou o motivo é funcional. Essa escolha pode ser feita por causa de uma janela próxima ou a parede onde tem espelho, por exemplo (e a posição na cama é um detalhe). Fico pensando se em outros países, com culturas diferentes da nossa, os casais também escolhem lados. Nada que vá trazer a Paz Mundial, é só curiosidade mesmo. Imagina se tudo é loucura da minha cabeça, e nenhum casal tem lado fixo na cama. Só eu e o Ricardo. Conta aí, vai.