Esses dias assisti a uma entrevista que um grande amigo deu. Como tudo que ele faz tem afeto e gentileza, pesquei das suas palavras uma ideia tão simples quanto genial pra incluir na rotina (fica a dica, tá?). O Giovanni é empreendedor em Criciúma, SC. Junto com o Paulo, reinventou o significado de padaria com o Pão do Pa. Já falei deles aqui, e fico com água na boca ao lembrar dos pães deliciosos. A padaria também é bar, e nem só de farinha e bons drinks se faz um negócio de sucesso. 

A receita nada secreta que me inspirou é o modo como eles tratam os clientes. Não chamam de senhor e senhora, nem de moço e moça ou qualquer outro pronome de tratamento que pode até ser educado, mas soa genérico e impessoal. Giovanni (ou Gigio ou Gi) orienta a equipe a chamar todos os clientes pelo nome. "A senhora", que pode se sentir uma ninguém na loja da esquina, é chamada de Ana assim que chega no Pão do Pa. A Ana com sua risada, seus gostos, sua história de vida. 

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Concordar

As Bias, Carols e Marinas, os Pedros, Felipes e Rodrigos vão concordar: como é bom ser chamado pelo nome! Dá uma sensação de proximidade e pertencimento. Se me conhecem pelo nome ou até apelido, sei que sou bem-vinda. Me sinto em casa, percebo que me enxergam como uma pessoa independente de idade, profissão e classe social. Paulo (ou Pa, o padeiro charmoso do Pão do Pa) sabe bem a força de um nome na fachada, nos produtos, no coração dos clientes e amigos. 

Agora pensa no teu dia a dia. Quantas oportunidades são perdidas de chamar alguém pelo nome, e deixar o dia desse vivente um pouquinho mais legal? Seguido eu penso nisso ao espiar nomes em crachás de quem atende no comércio em geral. Dá vergonha. Mas se está escrito ali, deve ser pra gente usar. "Obrigada, João." "Sim, Fernanda, encontrei tudo que queria." "Edu, preciso de paracetamol." A gente perde tempo com tantas bobagens. Descobrir o nome das pessoas é construir novas relações.