Direto da Redação
Michele Vaz Pradella: "Uma luta que vai além da cor da pele"
Todas as quartas-feiras, jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano
"Não basta não ser racista. É preciso ser antirracista". A frase da filósofa norte-americana Angela Davis é repetida como uma espécie de mantra nas redes sociais de tempos em tempos. Quando pessoas negras são humilhadas, agredidas e mortas, as redes sociais se inundam de frases de efeito e imagens que destacam o fato de ser uma indignação coletiva, que vai além da cor da pele.
O caso mais recente envolve o jogador de futebol Vinicius Jr., brasileiro que atua no Real Madrid, na Espanha. Vini sofreu com os gritos e xingamentos da torcida adversária, mas não foi a primeira vez. Foi a DÉCIMA vez. Há quem diga que os europeus são racistas e xenófobos – pessoas que têm aversão a tudo o que vem de países estrangeiros. Debate-se o assunto como se só lá, no Velho Mundo, situações como essa fossem comuns. Bem capaz que no Brasil, um país tão miscigenado, aconteceriam absurdos do tipo...
Triste realidade
Joguei a palavra “racismo” na busca de um conhecido site de notícias. Em uma semana, tivemos as seguintes situações:
"Aluna de seis anos é agredida e sofre racismo em escola na Zona Sul de São Paulo"
"Caso de racismo é investigado em Tubarão"
"Caso de racismo em jogo é investigado em São Luis"
"Enfermeiros relatam casos de racismo em hospitais do DF"
Quando o estômago começou a embrulhar, parei de ler. Porque, todos os dias, há casos de racismo no país da tão exaltada "democracia racial". Velado ou escancarado, é um fato que ninguém pode negar ou fingir que não vê. Por isso que não basta dizer que não é racista e fechar os olhos para a realidade. É preciso chamar a atenção daquele tio que faz "piada" com negros, orientais ou indígenas; corrigir quando alguém usa termos racistas; questionar o porquê de certos preconceitos ainda existirem. Isso é mais do que ser antirracista. É ser humano.