O que era para ser um espaço de lazer para assar o churrasco da família em casa virou estúdio de gravação do YouTchê Podcast. O projeto é do músico Daniel Vargas, de Gravataí, que há sete anos deixou os palcos, mas não saiu do meio musical. Ele que, em 16 anos de carreira, passou por grupos como Geração Sul, Marcas do Rio Grande e Os Mateadores, agora conduz toda a produção do YouTchê. O podcast é um formato de programa de áudio, podendo conter entrevistas, que fica disponível em aplicativos com acesso à internet. 

– A música não sai da gente. Tive a ideia, na pandemia, de montar um canal e trazer os clipes de grupos com ficha técnica, melodia, compositores, integrantes, informações completas das músicas. Faz alguns anos que o formato podcast é uma febre no Brasil, e me deu o estalo de fazer um projeto voltado para os músicos gaúchos, para conhecer não só as músicas, mas o ser humano, a pessoa – relembra Daniel.

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O podcast foi ao ar em dezembro de 2021, em um estúdio montado com equipamentos como microfone e computador, mas, além disso, alguns elementos típicos dos gaúchos.

– O primeiro estúdio, acho que no mundo, que tem uma churrasqueira e um fogão de campanha – conta, com bom-humor. 

Daniel abre as portas para personalidades da música gaúcha, do nativismo e também das bandinhas, que contam sobre suas trajetórias, memórias, projetos atuais e compartilham a experiência no meio tradicionalista. Em um ano e meio de projeto, ele já gravou cerca de 160 programas ao vivo, com convidados reconhecidos no Rio Grande do Sul. 

Em algumas entrevistas, são pessoas que estiveram próximas de grandes nomes da música e que também têm muitas histórias para contar. Entre esses casos, segundo Daniel, está Mauro Moraes – compositor e violonista que acompanhou José Cláudio Machado –, e  os filhos de Teixeirinha.

– Estamos recebendo todos os artistas, não só os grandes nomes, mas esses que têm e tiveram grandes músicos ao lado. E não são só gaúchos que matam a saudade e conhecem mais sobre os artistas. Temos o pessoal de Santa Catarina, do Paraná, de Tocantins e de São Paulo, entre outros Estados, e até de fora do país, como Vietnã. Recebemos recados de Portugal, Estados Unidos, Canadá, Japão – detalha Daniel. 

Com uma marca de 6 milhões de visualizações, ele reforça que o público gosta de saber de curiosidades e, principalmente, como o artista construiu a carreira. 

– Tenho o costume de não pedir uma prévia sobre os artistas para não saber a história deles. Gosto de descobrir junto com o público. Temos os nossos baluartes, alguns que já participaram do podcast e contam coisas que a gurizada nova, que bebe de outras fontes, pode descobrir como era na época desses grandes músicos. Diferentemente de como era no passado, hoje é mais fácil gravar e ouvir essas histórias – explica. 

Entre os planos para o projeto, Daniel conta que pretende abrir espaço para artistas que buscam divulgar músicas ao vivo.

– Artistas podem voltar para apresentar novos projetos, novos lançamentos. Queremos trazer também a música, além da história dos músicos. Acabou que o podcast se tornou um ponto de encontro para músicos do Interior e de fora do Estado que contribuem para o projeto – define.

O podcast vai ao ar às terças e quintas-feiras, às 20h, pela plataforma YouTube.

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