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Tradicionalistas lamentam a morte de Manoelito Savaris, presidente do MTG

Líder tradicionalista morreu na madrugada de sábado (17), aos 67 anos. Ele lutava contra um câncer

18/06/2023 - 19h24min

Atualizada em: 18/06/2023 - 19h26min


Babiana Mugnol
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Paula Brunetto
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Bruno Todeschini / Agencia RBS
Despedidas são feitas no Memorial São José, em Caxias do Sul

Familiares, amigos de longa data, colegas do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), artistas e dezenas de pessoas participam, neste sábado (17), das despedidas a Manoelito Carlos Savaris, presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), que morreu na madrugada de sábado (17), aos 67 anos, em decorrência de um câncer. O velório ocorre no Memorial São José, em Caxias do Sul, até a meia-noite. O sepultamento ocorreu em Bento Gonçalves no domingo (18).

Natural de Casca, no norte do Estado, Manoelito era oficial da reserva da Brigada Militar e bacharel em História. Ao longo da trajetória, publicou diversos livros, como Rio Grande do Sul: História e Identidade e Manual do Tradicionalismo Gaúcho. No MTG, estava no nono mandato, tendo assumido o primeiro em 2001. Manoelito também presidiu o extinto Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (IGTF), de 2007 a 2010. 

Savaris deixa a esposa, Odila, e três filhos, Tiago, Tomás e Alina. Tomás, que integra o grupo de música instrumental Yangos, resgatou o legado do pai nos movimentos tradicionalistas:

— É com tristeza que a gente perde o meu pai e o seu Manoelito que, no tradicionalismo, dedicou grande parte de sua vida. Ele passou por praticamente todas as áreas, foi patrão do CTG, coordenador da região, presidente do MTG, presidente também do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (FIGTF), da Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha (CBTG), historiador e escreveu diversos livros, tudo sempre com bastante maestria.

O filho Tiago ressaltou o lado familiar menos conhecido de Savaris:

— Acho que o principal legado dele é justamente o valor que a família tem para cada um de nós e tudo aquilo que ele passou em termos de valores. Que todo o sucesso que a gente adquire ou fracasso, pessoal ou profissionalmente, a gente sempre volta para nossa família que é a base de tudo. Com certeza é o que a gente vai levar para os nossos netos, para deixar ele orgulhoso.

Savaris deixa quatro netos, sendo que o mais novo nasceu na tarde desta sexta-feira (16). O avô conheceu Vicenzo, filho de Thiago e Marindia, por meio de uma videochamada, já que estava internado no Hospital Pompéia de Caxias. Ele também deixa seis irmãos, sendo que dois deles moram fora do país.

O caxiense Nicanor Castilhos, vice-presidente campeiro do MTG, falou sobre como ficam os tradicionalistas com a perda de Manoelito.

— Ele deixa um legado muito grande para o MTG. Ele estava pela nona vez à frente do movimento, conhecia como ninguém. Ele que teve a maior participação, sempre, nas maiores decisões. Ele era muito defensor da preservação da cultura gaúcha e nos ensinou muito. Cabe a nós darmos continuidade nesses ensinamentos. Mais de um milhão de praticantes da cultura gaúcha ficam órfãos — lamenta Castilhos.

Paulo Bertussi, filho de Honeyde Bertussi, tinha uma relação muito próxima com Savaris e o MTG acompanhava de perto o centenário do músico tradicionalista da Serra.

— Realmente é um dia muito triste para a cultura regionalista. Perdemos uma pessoa de uma trajetória brilhante. E não digo para o seu brilho próprio. Mas por todo o brilho que ele transferiu ao movimento tradicionalista gaúcho — enfatizou o amigo.

O prefeito de Caxias do Sul também lamentou o falecimento do presidente do MTG.

— Savaris é um baluarte do movimento tradicionalista. Seu incansável comprometimento com a preservação e valorização da cultura gaúcha conquistou a admiração de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo — destacou Adiló Didomenico.

Leia a nota divulgada pelo MTG:

"O Movimento Tradicionalista Gaúcho e o Rio Grande se despedem de um grande líder. Faleceu na madrugada deste sábado, aos 67 anos, o presidente do MTG, Manoelito Carlos Savaris. Natural de Casca/RS, mas aquerenciado em Caxias do Sul, Savaris era oficial da Reserva da Brigada Militar e bacharel em História. Estava à frente do Movimento Tradicionalista Gaúcho em seu 9º mandado (2001/2003 (3), 2005/2006(2), 2014/2015(2), 2021/2022(1) e 2023).

Savaris foi patrão do CTG Heróis Farroupilhas e do CTG Campo dos Bugres, ambos de Caxias do Sul, coordenou a 25ª RT em 1996 e 1997; foi vice-presidente de Administração do MTG, em 1999 e 2000 ao lado de Jayr Lima. Presidiu o já extinto Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (IGTF), de 2007 a 2010; e foi presidente da Confederação Brasileira de Tradição Gaúcha (CBTG), em 2012 e 2013. Escritor, pesquisador e historiador, é autor de vários livros, entre eles “Rio Grande do Sul: história e Identidade” e “Manual de Tradicionalismo Gaúcho”, ambos publicados pelo MTG

Liderança incontestável, sempre chamou para si as grandes responsabilidades e decisões, independentemente do tipo de pressão que exercesse, buscando sempre resolver as questões dentro dos regulamentos em vigor. Savaris deixa a esposa, Odila Paese Savaris, três filhos, Tiago, Tomás e Alina, e quatro netos".

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