Direto da Redação
Alberi Neto: "Dinheiro fácil, risco altíssimo"
Jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano
É impressionante o quanto o desespero nos leva a medidas das quais desconhecemos os riscos. Na edição de hoje do Diário Gaúcho, você lê uma reportagem do Grupo de Investigação (GDI) do Grupo RBS sobre empréstimos ilegais com juros abusivos, popularmente conhecidos como agiotagem. A apuração é minha e dos colegas Humberto Trezzi, de Zero Hora, e Tiago Boff, da RBSTV.
No texto, mostramos como uma rede de estrangeiros, em sua maioria colombianos, empresta dinheiro para comerciantes de Canoas, na Região Metropolitana, cobrando juros abusivos e prestações pagas diariamente. A liberação de verbas sem qualquer consulta aos serviços de proteção ao crédito, permitindo que pessoas negativadas consigam dinheiro, é um dos atrativos usados pelos agiotas.
Dívidas
Mas, o que leva alguém a se arriscar numa manobra dessas? A extorsão é um caminho bem possível para quem não consegue quitar os valores. No caso mostrado pelo GDI, os empréstimos são feitos somente para lojistas, donos de comércios. Empreender é um desafio e lidar com a pressão das contas acumuladas pode, com certeza, levar a medidas desesperadas. Porém, acredito que nada vale arriscar a própria segurança.
Na apuração desta reportagem, descobri que existe a possibilidade legalizada de conseguir auxílio financeiro com segurança, juros justos e também para pessoas negativadas. Não vale a pena se arriscar por tão pouco, como no caso dos agiotas de Canoas, onde empréstimos de menos de R$ 500 chegam a ser feitos, contou uma vítima ao colega Tiago Boff.
Pesquise, busque ajuda no seu banco, se informe sobre a renegociação das suas dívidas. Se a única saída for o crédito, procure instituições sérias, que funcionem dentro da lei e das regulamentações dos órgãos competentes, neste caso, o Banco Central (BC). Dinheiro que vem fácil é dor de cabeça!