Direto da Redação
Alexandre Rodrigues: "Chega de comparações"
Jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano
Como editor de variedades, estou sempre por dentro do que rola no mundo das celebridades. Viralizou, alguns dias atrás, a entrevista na qual Gkay fala sobre a reversão de seus procedimentos estéticos. Desde então, o assunto “busca pela beleza” vem tomando conta das redes sociais e das rodas de discussão (Retratos da Fama, aqui do Diário Gaúcho, publicou neste fim de semana uma lista dos famosos que se arrependeram de plásticas e outros procedimentos).
– Às vezes, acho que a gente perde a mão mesmo, nessa coisa de sempre buscar o melhor e se comparar – disse Gkay em seu desabafo.
Esse é um fenômeno presente em diversas sociedades ao redor do mundo, em que indivíduos fazem de tudo para alcançar um ideal de aparência considerado “perfeito”. Embora a preocupação com a aparência seja uma característica humana comum, quando se torna uma busca obsessiva e prejudicial à saúde e ao bem-estar, pode levar a consequências negativas. Mas, antes dos “fins”, vamos aos “começos”.
Tenho uma percepção muito clara: a base de tudo é a cultura de comparação, da competição, a partir da qual as pessoas se medem constantemente pela régua de padrões inalcançáveis. Isso leva a um sentimento insatisfação com a aparência, prejudicando a autoaceitação e a autoconfiança.
É importante lembrar que a beleza é subjetiva, cada indivíduo possui sua própria percepção. Em vez de buscar um ideal imposto, que tal cultivar a mentalidade da aceitação, com todas suas “falhas” (que são, sim, lindas também)?!
O caso chocante da garotinha irlandesa Milly Tuomey, lá em 2016, está aí para abrir os olhos sobre o quão nocivo é esse cenário. Assim como esse, muitos outros casos estão aí, encobertos por hábitos prejudiciais, transformações radicais...
Chega de comparações! Vamos promover a cultura da valorização, para que assim todos os corpos sejam respeitados e celebrados.