Coluna da Maga
Magali Moraes e a febre de Barbie
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Pode ler de boas, que aqui não tem spoiler. Ainda não assisti ao filme da Barbie, e mesmo que já tivesse visto jamais estragaria a surpresa de ninguém. Esse live-action, com atores reais interpretando os bonecos Barbie e Ken, virou febre no mundo inteiro. É quase impossível você não ter ouvido falar nada sobre isso. Eu diria que logo todo esse auê vai passar do limite. Margot Robbie, que tem cara de Barbie e a interpreta no filme, será pra sempre associada à personagem.
Até a Ana Maria Braga entrou na onda e se vestiu de Barbie sexta passada no programa. Nos shoppings, o look pink entrega: a pessoa está indo ao cinema ver o filme. Aliás, muitos lojistas lançaram coleções temáticas pra faturar em cima dos fãs. E o que tem de empresa pegando carona no carrinho da Barbie, usando sua imagem sem pagar direitos autorais?! Nas redes sociais, todo mundo já tem opinião formada. Na ilha deserta mais próxima, os náufragos também comentam cada cena.
Perfeito
Barbie é um fenômeno da cultura pop, pro bem e pro mal. A grande maioria das meninas cresceu querendo ter o corpo perfeito e o cabelo loiro da boneca. O padrão de beleza era internalizado nas brincadeiras. Demorou uma vida pra diversidade invadir o mundo da Barbie. Fui criança nos anos 1970, e brincava com a Susi. Era caro demais ter a versão americana. Minha Susi não namorava o Ken, nem o Beto. Ela lutava com o barbudo Falcon dos meus irmãos (coleção Olhos de Águia: olhos que se mexiam!).
Do pouco que li sobre o filme, sei que o mundinho cor-de-rosa da Barbie vai ser abalado. Bem-vinda ao clube, guria. Aqui do lado de fora, a paleta de cores é bem maior. Aprendemos a ver beleza até nos dias cinzas, porque nem só de céu azul se vive. A perfeição não é mais desejo, e sim prisão. Autoestima e ansiedade são temas constantes, e a mulherada segue aprendendo a questionar padrões. Os Kens também estão evoluindo. E viva o cinema, que une entretenimento e reflexão.