Quando na vida imaginei que iria escrever uma coluna sobre o gengibre. Não é falta de assunto, é homenagem mesmo. Quero me redimir publicamente por ter ignorado por tanto tempo a existência dessa raiz torta e estranha. Fiz pior: eu olhava torto pra quem colocava seu gengibre na balança de pesar hortifrutis no supermercado. Havia ali quase uma devoção. E mais: nunca valorizei a sabedoria do meu irmão caçula, que sempre põe lascas de gengibre no chimarrão (desculpa aí, Lu).

Ainda não tenho certeza se é raiz, rizoma ou caule, mas agora entendo o seu poder. Nem foi curiosidade, foi por desespero que experimentei gengibre. Vai que ajuda, pensei. Tenho tido crises de garganta e de rinite, a tosse seca inferniza minhas noites de sono (que já não são das melhores). Então apelei. É ardido, me alertaram. Vixi. De pouco em pouco, fui me acostumando com o sabor picante. E aumentando o tamanho das lasquinhas dentro do chá. Acredite, mastigo puro na boca.

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Cristais

O improvável aconteceu: peguei gosto por gengibre. Estou uns dois milhões de anos atrasada. A humanidade sempre se beneficiou desse medicamento natural. Antes tarde do que mais tarde, né? Me viciei naqueles potinhos com cristais de gengibre, carrego sempre comigo. Logo eu que já fui viciadíssima em Tic Tac menta. Ser saudável é uma construção. Qual será o próximo passo? Aprender a usar gengibre como tempero na cozinha? Entrou pra lista dos itens que não podem faltar em casa.

Nunca julgue nada (nem ninguém) pela aparência. O gengibre, tão feinho, é lindão pra saúde. Ajuda nas alergias respiratórias, gripe e dor de garganta, é descongestionante e anti-inflamatório, trata enjôos, enxaqueca e cólicas. Segundo o Doutor Google, até regula o metabolismo e equilibra a pressão arterial. Viu só quanto bem ele faz? Você é fã de gengibre ou nunca experimentou? Fica a dica. Pelo menos nesse inverno, ele está bombando aqui. Obrigada por tanto, querido gengibre.