Coluna da Maga
Magali Moraes: tá quente, tá frio
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Último sextou do mês, que loucura. O que lembraremos desse inverno que – ao contrário de julho – ainda vai longe? Aqui no RS, os ciclones. Já tivemos dois ou três, perdi a conta. Nem me assusto mais. Um deles peguei na praia, e foi uma experiência tensa. O sobe e desce dos termômetros também está sendo atípico. Antigamente, fazia um veranico e olhe lá. Agora é um constante tá quente, tá frio. Casacos não param no corpo. Braços e pernas de fora: o novo look da estação.
Adoradores do verão comemoram. Nossa saúde, nem tanto. Nesse vai e vem da temperatura, os cobertores faltam e sobram na cama. A turma que deita e apaga não sabe o quanto pés gelados atrapalham a concentração pra quem demora a entrar no modo sono. "O meu problema é começar a dormir", escutei esse dias um senhor falar no restaurante. Não poderia concordar mais. Se o frio incomoda, o calorão também. Ah se fosse só a menopausa. Tem sempre uma massa de ar quente chegando.
Umidade
Enquanto à noite empurramos todos os cobertores pro chão, de dia lutamos com a umidade dentro de casa. Quem verte mais água, os azulejos da cozinha ou o piso do corredor? Eu não queria ser o saleiro numa hora dessas. Lá dentro, o sal se nega a sair. Grudou geral, e nem o truque de colocar junto um punhadinho de grãos crus de arroz ajuda. Que a mesa seja resistente. O jeito é bater bem forte o coitado do saleiro pra soltar alguma coisa. Dos estragos que a umidade faz no cabelo, melhor nem falar.
Tá quente, tá frio. Além dos cobertores, aqui inventamos outro item pra tirar e colocar: pelegos nas cadeiras do home office. Trabalhamos praticamente abraçados em ovelhas quentinhas. Quando as temperaturas baixam, é um aconchego. Mas quando esquenta de uma hora pra outra, as costas incendeiam. Tirando esse detalhe, foi uma baita ideia. Especialmente no sextou, nosso escritório com pelegos ganha um ar de bar e restaurante. Bateu 19h em Brasília, tá liberado o tim-tim.