Para poder disputar uma das etapas do torneio de futebol juvenil Ibercup, em março de 2024, na Espanha, a equipe do projeto União Jovem Cristã (UJC), de Gravataí, precisa de R$ 170 mil. A quantia é o necessário para que 14 atletas e três outros componentes do time possam custear as passagens aéreas de ida e volta. 

– Como prêmio por vencermos a etapa que foi realizada aqui no Estado, eles oferecem o alojamento e as refeições lá – explica Andressa Pacheco, 34 anos, responsável pela gestão do projeto. 

Ela acrescenta ainda que há outros gastos previstos. Para a compra de novos fardamentos, por exemplo. Porém, o esforço principal está direcionado a obter as passagens, garantindo que o time participe da competição. 

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A determinação dos atletas para conseguir viajar tem gostinho de revanche. Não contra outro time. Revanche contra a pandemia que, em 2020, impediu os integrantes do projeto de irem a Portugal para a mesma Ibercup. O tempo, no entanto, é o senhor da razão, avalia Andressa: 

– É uma competição de alto nível, e ir a Portugal era a nossa maior conquista até aquele momento. Só que, naquela época, tínhamos um prazo pequeno, talvez não conseguíssemos de qualquer forma. Hoje, temos melhores condições e mais maturidade. 

Maturidade, aliás, é um dos pilares que sustenta os feitos do UJC. Isso porque o grupo superou, na categoria juvenil, times grandes e conhecidos na conquista regional da disputa. 

– Vencemos equipes como Grêmio e Corinthians – cita, orgulhosa. 

Expectativas

Já para Richard Martins Freitas Steimetz, 11 anos, morador do bairro Rincão da Madalena, em Gravataí, maiores que o orgulho, só a expectativa e o nervosismo. Tanto pela viagem – ele é um dos atletas que deve embarcar rumo à Espanha – quanto pelo tamanho do desafio até o embarque. 

– Gosto muito de jogar na UJC e sou grato pela oportunidade. Mas sei que não vai ser fácil para mim e para os meus pais (obter o valor das passagens) – comenta o lateral esquerdo da equipe. 

Para vencer a dificuldade e chegar aos R$ 170 mil necessários, o UJC pretende usar a mesma tática aplicada nos campos: trabalho duro e muito foco. 

– Precisamos ter esse valor, no máximo, até fevereiro. Então, vamos começar rifas, eventos e buscar formas de ir levantando o dinheiro – pontua Andressa. 

Como começou

A iniciativa foi criada por Andressa e o marido, Marcelo Rosa da Silva, 40 anos, em 2009, com atividades em um campo de futebol na rua, juntando filhos de conhecidos. Ela conta que o esposo, formado em Educação Física, sempre teve vontade de estar à frente de um projeto como esse. E, por isso, se dedicou para que o grupo crescesse. 

Atualmente, o UJC tem mais de 300 alunos que aprendem futebol em diversos dias e turnos. Cerca de 10% deles são bolsistas e os outros pagam uma mensalidade base de R$ 90 – abaixo do mercado, mas necessária para que o projeto se mantenha. Além disso, contribuições recorrentes também ajudam na sustentação financeira. 

Os treinos são realizados em um espaço cedido pelo clube Gravataiense, no bairro Passo das Pedras. Algo que Marcelo e Andressa esperam mudar no futuro. O sonho do casal é melhorar a estrutura, obtendo uma sede e tornando mais robusto o corpo técnico, com fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais. 

– Estamos no limite e não podemos aumentar o número de atletas, por isso, um campeonato como esse é muito importante. Nos ajuda a promover os atletas e ganhar visibilidade – diz Marcelo. 

Apoie a viagem

/// É possível colaborar via Pix (CNPJ) 12357198000144. 

/// Mais informações pelo e-mail uniaojovemcrista@gmail.com, Instagram @projeto–ujc ou através do WhatsApp (51) 98101-3434.

*Produção: Guilherme Jacques