Mudança Repentina
Expositores reivindicam novas áreas para realização de feiras na Redenção
Encontro com a prefeitura termina sem muitos avanços, mas com o compromisso do município de avaliar novos pontos para atuação dos comerciantes
O encontro realizado, nesta quarta-feira (2), para discutir a delimitação de áreas destinadas à realização de feiras no Parque da Redenção, na região central de Porto Alegre, terminou com poucos avanços. A comercialização no eixo central, onde fica o espelho d'água, continuará proibida. Por outro lado, o município admitiu a possibilidade de estudar novos pontos para a atuação dos feirantes.
Há quase um mês, a realização de feiras vem acontecendo em apenas três zonas da Redenção: ao lado do labirinto verde, na extensão da Avenida João Pessoa; na área verde entre a Avenida Osvaldo Aranha e a esplanada central do parque; e no entorno do recanto oriental. No entanto, nem mesmo nesses locais está autorizada a venda de bebidas - atividade exercida exclusivamente pelo complexo gastronômico Refúgio do Lago, inaugurado no mês de maio.
As restrições foram anunciadas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo Sustentável (Smamus). O objetivo, segundo a pasta, é incentivar a "circulação de usuários em novos espaços e garantir a distribuição do público por áreas menos ocupadas". A delimitação não deve interferir nas feiras fixas como o Brique da Redenção e a Feira Ecológica do Bom Fim, na Avenida José Bonifácio.
Os comerciantes demonstram insatisfação com a medida, pois, segundo eles, não houve diálogo por parte da prefeitura. A empresária Maiara Hoffman, uma das organizadoras das feiras, argumenta, ainda, que a atividade não se presta à finalidade de atrair pessoas para zonas de pouco movimento.
— As feiras necessitam de um mínimo de público que viabilize a presença dos expositores. Os expositores são empresários como os demais e precisam ter o seu investimento de volta. Têm gastos com alimentação e transporte que precisam, no mínimo, ser reembolsados com a venda dos produtos.
Questionada pela equipe de reportagem de GZH se a categoria estaria disposta a atuar nas áreas definidas pelo município de maneira experimental, a fim de conferir se haverá incremento de público, Maiara responde que isso já aconteceu. Os resultados teriam sido negativos.
— Uma feira foi realizada no dia 15 de julho na Osvaldo Aranha. O feedback dado pela organizadora e pelos expositores foi de prejuízo. E nos outros locais a gente tem menos movimento ainda. Ou seja, nós já tentamos acatar a orientação da prefeitura, mas não é viável. Pela experiência de anos, já sabemos que não será viável.
A Smamus enviou uma nota, afirmando que está aberta a receber propostas para ocupar outras áreas que não sejam o eixo central do parque:
"Na manhã desta quarta-feira, a Smamus recebeu Roberto Ivan Jakubaszko, prefeito do Parque Farroupilha, e Maiara, representante dos feirantes do parque, para tratar sobre a delimitação de três áreas para as feiras no espaço.
Prezando pelo diálogo, todas as partes expuseram suas visões sobre o assunto a fim de chegar a uma solução que contemple as características do parque, que é tombado como patrimônio histórico, cultural e ambiental da cidade. A representante dos feirantes enviará uma proposta para o uso de mais espaços além dos já delimitados pela Prefeitura, excluindo o eixo central, que será ocupado exclusivamente para o lazer da população.
A Smamus endossa o compromisso com a conservação do parque como um todo, a preservação do patrimônio da cidade e o diálogo com as partes envolvidas."