Escrevo essa coluna em um dia completamente nublado, e não imagino como vai estar o céu quando você me ler. Tomara que azul. Se estiver bem azulzinho, me faz um favor? Abre a cortina, abre a janela, abre os olhos e curte o momento. É aquela coisa: a gente só dá valor pro céu azul quando nuvens esbranquiçadas descolorem o dia. Eu, que amo usar preto, fico catando cores ao redor. O cereja do batom, o verde das plantas, o roxo da garrafinha d´água, o vermelho da caneca de café. 

Se chovesse, pelo menos teria alguma chance de aparecer um arco-íris (a combinação de tons mais bonita da natureza). Mas não. Cinza é chique no guarda-roupa, no céu é uma chatice. Um dia nublado do começo ao fim nos priva do colorido do amanhecer, do sol brilhando ao meio-dia, das mudanças que a luz faz na casa conforme as horas passam, do jogo de sombras nas paredes, do espetáculo que sempre é o pôr do sol ao anoitecer: diferentes rosas, lilases e laranjas pintando o céu.

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Planos

Nosso humor é afetado pelo clima, esse é o problema. Se tem sol, a gente se anima, faz planos e se motiva a aproveitar o dia. Se fechou o tempo, já fechamos a cara e economizamos sorrisos. Introspecção, apatia, cansaço, uma tristezinha repentina. Imagina morar em países do Hemisfério Norte onde as pessoas passam longos meses sem enxergar o sol. Céu nublado é sem graça em qualquer lugar. Até as variações de cinza se tornam imperceptíveis. O dia fica comprido, tudo fica incolor. 

Aí tem que agir rápido. Bota uma música que você adora, aumenta o volume, canta junto, busca o colorido que vem das boas emoções. Falando em outras formas de cor, só existe um céu mais lindo que o azul. É o céu de uma noite estrelada. Aquele mundaréu de pontinhos brancos brilhando lá longe conseguem iluminar a gente aqui dentro. Aproveita e faz um pedido pra estrela mais brilhante de todas. Pede que nunca falte cor na tua vida. E que nunca te falte a capacidade de apreciar esse colorido.