Amanhã, 19 de agosto, é o Dia Mundial da Fotografia. Em meio a tantas datas sem sentido, essa eu acho super merecida. Fotografar é mais que registrar o momento, é fazer o tempo congelar em uma imagem. Através de fotos, podemos voltar décadas e relembrar costumes, passeios, modas, visitar casas onde moramos, ver outras versões de nós mesmos. Abrir uma caixa cheia de fotografias antigas é emoção garantida. A gente ri dos cortes de cabelo, e chora da falta que faz quem já se foi.

Quem viveu a época dos rolos de filmes, quando ninguém sabia o que esperar das fotos reveladas, sabe a dor que era ver cabeças cortadas, olhos vermelhos, a falta de foco, o treme-treme das mãos do fotógrafo. Acontecia de desperdiçar um rolo inteiro. Que crime era estragar as fotos de uma festa de aniversário ou casamento. Hoje salva tudo editando, e salva tudo na nuvem. Muda cor, brilho, enquadramento, usa filtros. Lá nos antigamentes, era na sorte. E mesmo assim, a gente achava mágico.

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Exagero

Essa facilidade de fotografar com o nosso próprio celular às vezes leva ao exagero. Que o rolo da câmera guarde só fotos publicáveis. Entre sorrisos forçados e espontâneos, a galeria das selfies mostra o sobe e desce da autoestima. Anota aí: as selfies ainda vão render estudos reveladores sobre a humanidade. O que mais se fotografa? Filhos (aceitem e colaborem). Bichos de estimação. Lugares instagramáveis. Pratos de comida que esfriam esperando o melhor ângulo. 

Peguei a mania das fotos utilitárias: aquelas sem preocupação estética, e que funcionam como lembretes pro cérebro. Algum produto pra comprar, nota fiscal pra guardar, print de receita ou de filme pra ver depois. Elas não valem o Dia Mundial da Fotografia. Em compensação, adoro fazer fotos de pôr do sol, do mar, dos meus amores, de viagens e outras lindezas da vida. Quando os olhos se deslumbram, é inevitável querer fotografar. Tudo vira inspiração com uma boa foto. Diga xissssss!