Pode contar que você conhece alguém que pagou quase R$ 9 por um mamão papaia. Preço do quilo: R$ 15,99. Foi no Nacional do Praia de Belas Shopping, um supermercado onde raramente entro e não pretendo voltar. Compras de conveniência. Conveniente pra quem? A gente está por ali, precisa comprar fruta e paga a peso de ouro. Se fosse um formosa, teria que fazer empréstimo. Não dá nem pra sofrer de prisão de ventre dignamente. O intestino preso, e quem nos assalta segue solto. 

Não, o mamão não apontou uma arma e disse "Mãos ao alto!". Eu mesma peguei a fruta, sem olhar pro valor. Etiqueta discretinha na prateleira, cansaço de final do dia, óculos de ler dentro da bolsa, já viu no que dá. Deu raiva. Até guardei a nota pra lembrar de não ser trouxa. Escolhi o papaia por ser pequeno e não estragar até eu terminar de comer. Estragou meu humor, isso sim. A tecnologia de instalar nos caixas a balança de pesar elimina filas. Só não se distraia e grude os olhos no visor.

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Rumos

Tá, o que papaia tem a ver com papai? Sei lá, às vezes a gente se sente ingênua feito criancinha e queria um colo de pai. O preço do papaia mudou os rumos dessa coluna. Eu ia escrever sobre o Dia dos Pais, e agora os assuntos se misturaram. Pensei na doçura que é um pai de primeira viagem dando papinha de fruta pro bebê, os dois fazendo cara feia pro mamão. Hoje em dia, a moda é deixar os bebês explorarem com as mãos a comida. Que os pais ajudem a limpar tudo depois.

Papaia e papai? Já sei. Pais, ensinem o valor do dinheiro. Ensinem os filhos desde pequenos a observar os preços no supermercado, expliquem como é suado ganhar o dinheiro que paga a conta. Ajudem filhos crescidos a se organizarem financeiramente (oi, planilha). E sirvam de exemplo pra eles (não de caixa de banco). Ensinem que não custa nada ser educado e gentil com os outros. Demonstrem amor. Ofereçam de graça carinho, beijos e abraços. Aproveitem domingo. Feliz Dia dos Pais!