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Ação ambiental recolhe lixo da orla do Guaíba no bairro Belém Novo

Atividade é alusiva ao Dia Mundial da Limpeza e levou cerca de 200 pessoas a remover materiais plásticos do ambiente natural neste sábado (16), na zona sul de Porto Alegre

17/09/2023 - 12h09min

Atualizada em: 17/09/2023 - 12h13min


Carlos Rollsing
Carlos Rollsing
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Lauro Alves / Agência RBS

Um pedaço de chinelo, incontáveis tampas plásticas de potes e garrafas, frascos, isopor, canudos, rótulos e até um isqueiro descartados indevidamente no Guaíba foram recolhidos em ação ambiental realizada na manhã deste sábado (16) na orla do bairro Belém Novo, em Porto Alegre.

Cerca de 200 pessoas, entre crianças, adolescentes e adultos, se reuniram na Praça José Comunal para o início da atividade. Deste ponto, caminharam por aproximadamente dois quilômetros, até chegar à Praia do Veludo. No trajeto, estiveram munidos de luvas e sacos de lixo onde depositaram todo o material inorgânico encontrado em ambiente natural. A iniciativa, que chegou à terceira edição em 2023, é batizada Limpe o Lago Guaíba, promovida pelo grupo Nadando pelos Cartões Postais, cujo objetivo é incentivar a natação em águas abertas. O evento foi realizado em alusão ao Dia Mundial da Limpeza, celebrado neste sábado.

— A nossa ideia é chamar atenção para o Guaíba, mostrar que ele existe, e criar uma mentalidade ambiental. Muita gente desconhece que Porto Alegre tem regiões de Orla e acaba não se valorizando — diz Francismar Siviero, coordenador do projeto Nadando pelos Cartões Postais.

Os participantes percorreram as avenidas Beira Rio e Pinheiro Machado. De um lado, o Guaíba e a arborizada Orla. Do outro, mato preservado e casas de alvenaria. A pista tem trechos de asfalto, mas a maior parte é de chão batido. Com pouco movimento de automóveis, era possível escutar o ressoar da marola do Guaíba e o canto dos pássaros, em dia ensolarado.

Uma das voluntárias na ação, Vitória Oliveira de Lima, de 17 anos, chamou atenção para o fato de que todo aquele lixo recolhido não havia sido produzido no Belém Novo, região de menor concentração populacional. Em muitos casos, é material descartado indevidamente em outros pontos da cidade e que é levado até lá pela correnteza.

— Infelizmente, as pessoas não respeitam. São coisas que não deveriam acontecer, mas uma pessoa fazendo o que é certo já traz diferença — afirmou a jovem.

Em uma área de difícil acesso devido ao desnível entre a faixa de grama e o nível do Guaíba, Vitória usou um pedaço de pau com um prego na ponta para pescar uma tampa e uma grelha de plástico que boiavam.

Além do grupo que atuava a pé, dois homens percorreram o trajeto pela água de caiaque, recolhendo plásticos presos entre vegetações parcialmente submersas, consequência das chuvas intensas dos últimos dias que fizeram o Guaíba tomar largas porções da Orla. Uma equipe do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) também auxiliou as atividades de preservação.

Na Praça José Comunal, o jardineiro da prefeitura Carlos Aguiar, integrante do projeto Super Ama - Super Amigo do Meio Ambiente, montou uma banca para expor os brinquedos e fantoches que constrói com lixo descartado na natureza. Uma das criações usava um assento sanitário. Na tampa, ele colou peças plásticas para dar a forma de um rosto. Na parte do assento, visualizada quando a tampa era erguida, Aguiar fixou um espelho tomado por inservíveis eletrônicos, como baterias e aparelhos de celular, isopor e sacolas. Ao fitar o espelho, o indivíduo enxergava seu reflexo no meio do lixo.

— Procuro criar para causar impacto nas pessoas. Transformar lixo em arte ajuda nesse sentido. Devemos fazer mais pelo meio ambiente. Se não fizermos, um dia não teremos mais nossas espécies — afirmou Aguiar, apontando um casco de tartaruga que ele encontrou morta com um anzol na boca e material plástico no estômago.


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