Direto da Redação
Alexandre Rodrigues: "Amor perecível"
Jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano
A bruxa está solta e, ao que parece, aquela fase nebulosa da astrologia chamada mercúrio retrógrado resolveu ficar ativo por mais alguns dias. Dizem que acabou em 15 de setembro, mas as manchetes dessa semana provam o contrário: separação atrás de separação. A mais improvável delas, claro, foi a do agora ex-casal “perfeitinho” Lucas Lima e Sandy (responsável também por outra separação até hoje difícil de superar, a do irmão, Júnior). O amor que parecia tão imortal morreu no final.
O amor é perecível? Já me peguei em muitos momentos da vida pensando nisso. Não só pensei, já coloquei no buscador do Google.
A resposta veio a partir de um fragmento do livro O Primo Basílio, de Eça de Queirós: “É que o amor é essencialmente perecível, e na hora em que nasce começa a morrer. Só os começos são bons. Há então um delírio, um entusiasmo, um bocadinho do céu. Mas depois! Seria pois necessário estar sempre a começar, para poder sempre sentir?”.
O amor é uma das emoções mais profundas e fascinantes que os seres humanos experimentam. É uma força que pode mover montanhas, inspirar obras de arte e desencadear atos de total desprendimento. No entanto, apesar de sua intensidade, pode também ter prazo de validade, sujeito a mudanças, desgastes e transformações ao longo do tempo.
Cabe a cada um de nós compreender a melhor forma de armazenar. Mesmo nas relações de amizade e familiares, o amor pode ser perecível. Dia desses, um amigo mandou mensagem dizendo que estava se sentindo “não importante”. Conversei com ele, colocamos tudo na mesa e chegamos à conclusão de que deveríamos arrumar as prateleiras. Tarefa difícil, mas fundamental em qualquer tipo de relação.
Nem todos os relacionamentos ou sentimentos são para sempre. Mesmo assim, o amor perecível nos lembra da importância de valorizar cada momento, independentemente de sua duração. Pense nisso.