Impacto no bolso
Alface traz o primeiro efeito das cheias: preço da unidade subiu 50,6% na Ceasa
Variação foi apontada em levantamento semanal feito pelo principal entreposto de vendas de hortaliças, frutas e verduras do Estado
A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Itens comuns na salada, a alface, a couve e o agrião ficaram mais caros. Levantamento da Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/RS), aponta que o valor do pé de alface passou de R$ 0,83 para R$ 1,25. O molho de couve também sofreu a mesma variação, de 50,6% em sete dias. Já o quilo do agrião subiu de R$ 1,00 para R$ 1,25, alta de 25%.
Nas gôndolas, no entanto, o preço chega a ser maior, observa Evandro Finkler, presidente da Associação dos Produtores Hortigrangeiros da Ceasa/RS:
— Hoje (a alface) já está sendo vendida pelo dobro do preço da semana passada. A rúcula subiu bastante também. Na verdade, a alta é mais do que 100%.
Em nota, a Gerência Técnica da Ceasa/RS atribuiu a alta dos preços às "condições climáticas adversas" registradas na última semana na Região Metropolitana, principal localidade que abastece a centrais neste período do ano.
— A chuva e a geada destruíram tudo o que estava fora da estufa. Danificaram as folhas em Canoas, Viamão, Gravataí. Na Serra, a água também está atrasando plantações de legumes, como cenoura e beterraba. Daqui a dois meses, os produtores irão sentir no bolso esse outro problema — projeta Finkler.
Fora a Região Metropolitana, São Paulo é outra fonte de abastecimento da Ceasa/RS neste período, com produtos como couve chinesa e aipo. Mas até no Sudeste a situação está complicada, no sentido contrário: fortes ondas de calor, que também têm prejudicado as folhosas.