Costa Doce
Após alagamentos, Tapes ainda tem metade da cidade sem luz e com falta de água
Segundo a Defesa Civil municipal, os atingidos pela enxurrada precisam de utensílios e produtos de limpeza, cobertores e alimentos
Apesar da diminuição dos alagamentos, Tapes, na região da Costa Doce, ainda avalia os prejuízos causados pelas chuvas. Segundo a prefeitura e a Defesa Civil municipal, mais da metade da cidade está sem luz e sem água desde a madrugada desta quinta-feira (14).
Quatro postes caíram, sendo três deles na RS-717 e um no interior do município. Conforme a CEEE Equatorial, Tapes é uma das cidades, dentro da área de concessão da empresa, que mais teve o fornecimento comprometido. De acordo com a Corsan, devido a falta de energia, também há problemas no abastecimento.
Além dos problemas com luz e água, moradores das localidades mais afetadas, como os bairros Vila Nova e Arroio Teixeira, começaram a retornar para suas residências. Ainda nesta manhã, eram 50 famílias que haviam deixado suas casas para buscarem abrigo com familiares ou nos dois ginásios municipais disponibilizados pela prefeitura.
Bruno Lima de Souza, 28 anos, foi um dos moradores que retornou para casa durante a tarde. Eles e seus familiares foram abrigados por um vizinho da região e não tiveram como evitar as perdas.
— A gente perdeu tudo, tirando a geladeira, o freezer e a roupa de cama. Desde segunda está chovendo aqui. Agora é tentar começar tudo de novo e recuperar tudo que foi perdido — lamentou.
A aposentada Neli Porto Garcia, 75, e seu marido, Manoel Porto, 69, foram os últimos moradores de Tapes a deixar o ginásio CIM Alvinho. Segundo Neli, não é a primeira vez que as casas da região sofrem com alagamentos, mas a chuva dessa semana foi mais intensa.
Por conta da idade e do volume de água, Neli teve de ser carregada no colo por agentes da prefeitura. Agora, ao lado do marido, com quem é casada há 42 anos, vê com preocupação um recomeço após o prejuízo.
— Foi a primeira vez que tive que sair, pois encheu toda minha casinha. Peço, por favor, para o governador ajudar e limpar a sanga que banha a região. Não temos condições de comprar outro lugar. Nós vivemos de um salário mínimo — lamentou a aposentada.
Segundo a Defesa Civil do município, a região do bairro Pinvest será monitorada. O volume de água registrado no trecho preocupa as autoridades e a remoção de uma família não está descartada.
A Defesa Civil também reforçou o pedido por doações aos moradores atingidos. Conforme o órgão, a destinação de roupas ao ponto de doação, na Escola José Divino Barbosa Pereira, não é mais necessária. Entretanto, ainda há pedidos por materiais e produtos de limpeza, cobertores e alimentos.